Desigualdades

Em ranking de qualidade de vida, evasão escolar preocupa especialista

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal mostra que jovens têm inúmeras dificuldades para concluir vida escolar na idade correta, destaca o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio

Arquivo EBC

Condições financeiras desfavoráveis e baixa qualidade da educação forçam evasão escolar entre os adolescentes

São Paulo – Os índices que medem a qualidade de vida nos municípios estiveram praticamente estagnados nas duas últimas avaliações, passando de 0,776, em 2016, para 0,0778 em 2017, de acordo com os dados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil, pela Fundação João Pinheiro (FJP) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base em dados do IBGE. O levantamento considerou mais de 200 indicadores de renda, educação e longevidade dos mais de 5 mil municípios brasileiros para identificar sua evolução dentro do contexto socioeconômico do país.

Houve um aumento da expectativa de vida, que passou de 75,72 anos para 75,99 anos, mas também uma regressão da renda per capita, que baixou de R$ 842,04 para R$ 834,31, como analisa o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual. “Os dados estão associados a 2017, ano em que tivemos um crescimento baixo depois de uma das mais graves recessões do país”, afirma o sociólogo.

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Dentro dos parâmetros da educação, o levantamento também fez um alerta quanto ao abandono escolar, mostrando que menos de 70% dos adolescentes de 15 e 17 anos têm o ensino fundamental concluído. De acordo com Clemente, o dado mostra que são inúmeras as dificuldades para que os jovens consigam concluir a vida escolar na idade correta.

“A pressão econômica os obriga a ir para o mercado de trabalho, muitas vezes com empregos de baixa qualidade e remuneração, mas que os ajuda a segurar o orçamento da família”, descreve o diretor técnico.

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