Desmonte

Com censura e fusão, projeto de Bolsonaro liquida com EBC e comunicação pública

Avaliação da intenção do governo e sobre conduta da empresa são alvos de críticas dos profissionais da EBC e dos sindicatos dos Jornalistas e Radialistas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal

Divulgação

Comunicação da EBC passou a “estar atrelada ao ponto de vista ideológico do governo”, segundo Leonel Querino

São Paulo – Os casos de censura aos profissionais da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) revelam, na análise do integrante da coordenação geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) Géssio Passos, que a “intenção do governo Bolsonaro é acabar com o caráter público” do veículo, segundo afirma à repórter Ana Rosa Carrara, da Rádio Brasil Atual. Na semana passada, profissionais da EBC apontaram censura em matérias que tratavam dos 55 anos do golpe, sendo impedidos de utilizar palavras como golpe e ditadura para mencionar o fato histórico. “Esse é um projeto que vem em curso para liquidar o que está previsto na lei e na Constituição, que é a comunicação pública separada da comunicação governamental”, ressalta Passos.

De acordo com presidente do Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro, Leonel Querino, o alinhamento forçado da EBC à visão do governo vem sendo intensificado desde o mandato de Michel Temer, mas sob a gestão de Bolsonaro a comunicação da EBC passou a “estar atrelada ao ponto de vista ideológico do governo”.

Em março, funcionários do veículo público foram comunicados sobre uma provável fusão entre a TV Brasil com a TV NBR, veículo esse que está a serviço da cobertura do Poder Executivo, uma das medidas que explicitam o fim da comunicação pública independente, segundo Querino. “É fundamental uma comunicação pública para a sociedade evoluir, uma comunicação que seja independente, tantos dos interesses comerciais como dos interesses governamentais”, defende o presidente do sindicato.

Ouça a reportagem da Rádio Brasil Atual 

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