Segurança

Sem o Estatuto do Desarmamento, massacre de Suzano poderia ser pior

Política nacional de controle de armas contribui para impedir tragédias como a da escola de Suzano, segundo avaliação do diretor executivo do Instituto Sou da Paz, Ivan Marques

Rovena Rosa/EBC

“Se fosse tão fácil conseguir armas no Brasil, será que eles não teriam armas de maior potencial ofensivo?” questiona Marques

São Paulo – Ainda não se sabe como os dois jovens, autores do massacre em uma escola de Suzano, na região metropolitana de São Paulo, conseguiram comprar a arma de fogo utilizada no atentado, um revólver calibre 38. Mas, a investigação sobre o acesso, no entanto, é fundamental para dar um rumo à política de segurança no Brasil. A opinião é do diretor executivo do Instituto Sou da Paz, Ivan Marques, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual.

“(As armas) precisam ser rastreadas, são objetos de investigação para que o Brasil consiga entender, e principalmente a polícia, como é que essas armas foram parar nas mãos desses jovens”, analisa o diretor executivo, acrescentando que o revólver utilizado na tragédia desta terça-feira (13) é de fabricação nacional mas estava com a numeração raspada. “Delegados e investigadores não seguem essa linha de investigação, o que faz com que a gente tenha uma série de armas no Brasil, que estão legais, e acabam migrando para o mercado ilegal e ninguém é responsabilizado.”

Marques lembra ainda que os autores do atentado foram encontrados com armas ditas “brancas”, como um arco e flecha, para chamar a atenção sobre uma política mais rígida de acesso a objetos fatais, garantida pelo Estatuto do Desarmamento quanto ao uso de armas de fogo, mas que agora está sob ataque do governo de Jair Bolsonaro.

“Com uma política nacional de controle de armas rígida, que coloca critérios bastante duros para se conseguir uma arma no Brasil, estamos querendo impedir exatamente esse tipo de fatalidade, de massacre”, defende o diretor executivo do Instituto Sou da Paz. “Ora, se fosse tão fácil conseguir armas no Brasil, será que eles não teriam armas de maior potencial ofensivo?”, questiona.

Ouça a íntegra da entrevista abaixo

 

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