No carnaval

Profissionais prestarão atendimento psico e jurídico às vítimas de assédio e violência

Equipe formada por psicóloga, advogada e assistente social fará atendimento em uma unidade móvel que ficará na Praça da República, sábado e domingo, e na Avenida Tiradentes, segunda e terça

Prefeitura de São Paulo

Mulheres e pessoas LGBTs poderão ser atendidas na unidade móvel. Grupos de voluntárias também estarão em blocos

São Paulo – Além de uma equipe de voluntárias que acolherão vítimas de assédio no carnaval de rua da cidade de São Paulo, a produtora de blocos, Rua Livre, em parceria com o Catraca Livre, disponibilizarão o atendimento com uma psicóloga, advogada e assistente social, em uma unidade móvel, às mulheres e as pessoas LGBTs vítimas de violência.

Neste sábado (2) e domingo, o ônibus lilás estará na Praça da República, região central de São Paulo, em frente à Secretaria de Educação, próximo à saída do metrô. Na segunda (4) e terça-feira (5), o atendimento com a equipe de profissionais será realizado na Avenida Tiradentes, ao lado do Batalhão da Polícia Militar localizado na Rua Ribeiro de Lima, no Bom Retiro.

A ação, que integra a campanha #CarnavalSemAssédio, tem por base dados da pesquisa LGBTfobia que, durante a folia do ano passado, apontou que cerca de 80% dos entrevistados, mais de 1.200 pessoas, reportaram terem presenciado algum tipo de abuso.

“É uma cultura machista que estrutura as bases da nossa sociedade e no carnaval isso aflora”, explica a psicóloga Duda Silva, que integra a equipe de acolhimento, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual.

De acordo com a psicóloga, ainda que o carnaval seja uma festa, ele é marcado pelas contradições da sociedade brasileira. E mesmo que a festa de 2019 tenha pela primeira vez a importunação sexual como crime, o atual momento político levanta preocupações quanto à segurança das mulheres e pessoas LGBTs.

“Quando eu estou na rua e as pessoas querem me xingar, elas não me chamam mais de traveco, elas gritam o nome do presidente”, explica Duda, que é travesti. “E isso porque elas estão amparadas por um discurso que valida o ódio que elas sentem”, ressalta.

Ouça a entrevista na íntegra

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