Sucateamento

Produtores culturais da Grande São Paulo denunciam falta de apoio em projetos

Sem incentivos, o Casarão da Mariquinha, em Mogi das Cruzes, e a Casa Hip-Hop, em São Bernardo, tiveram que encerrar suas atividades

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Casarão da Mariquinha era reconhecido pela diversidade e por ser um polo cultural na cidade de Mogi das Cruzes

São Paulo – Pela falta de incentivo financeiro por parte do poder público, o Casarão da Mariquinha, espaço reconhecido por sua diversidade cultural em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, e a Casa do Hip-Hop, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, acabam de encerrar suas atividades.

Ao repórter Cosmo Silva, da Rádio Brasil Atual, o gestor cultural José Luiz da Silva, o Rabicho, lembrou o Casarão como um importante polo de produção cultural da cidade e apontou a falta de apoio por parte de órgãos governamentais como o principal motivo para o fim de ações na área, decretado após o proprietário pedir a devolução do prédio. O domingo (24) foi o último dia de atividades do local. “Na verdade, toda a diversidade que o Casarão representava, isso acabava incomodando, de certa forma, algumas pessoas em uma cidade tão conservadora como Mogi, então nós fomos impedidos”, avalia Rabicho.

Fechado pela gestão do prefeito Orlando Morando (PSDB), a Casa do Hip-Hop também não conseguiu se manter sem apoio. Coordenador do espaço, Luiz Carvalho afirma à reportagem que o fim da unidade, que desenvolvia várias oficinas e era detentora do primeiro acervo da cultura hip-hop no Brasil, deixou muitos jovens das periferias das cidades próximas órfãos.

“Agora nós não temos mais nada para essa juventude e eu fico me perguntando o tempo todo aonde foram alocados esses recursos porque, uma vez que eles não têm mais um espaço no qual eles poderiam estar conversando, dialogando, se encontrando, um espaço que foi tirado de uma maneira arbitrária até, no meu ponto de vista não se pensou na juventude”, contesta Carvalho.

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