retrocessos

ONU critica Bolsonaro por extinguir órgão de combate à fome e à pobreza

Relatores enviaram carta contra o desmonte do Consea. Planalto respondeu afirmando que atribuições do órgão serão repassadas a outros setores

Antônio Cruz/ABr

Consea era responsável também pela formulação de diretrizes da alimentação saudável nas escolas

São Paulo – Em reação à extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), promovida pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL), quatro relatores da Organização das Nações Unidas (ONU) enviaram uma carta criticando o fim das atribuições do órgão. Há mais de duas décadas o Conselho era um dos principais responsáveis pela elaboração de políticas alimentares que auxiliavam na diminuição da desigualdade e no combate à fome.

Em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual, o membro do Núcleo Gestor da Associação Slow Food do Brasil Glenn Makuta destaca como um dos principais retrocessos relacionados à extinção do órgão o fim da participação da sociedade civil, que tinha dois terços dos representantes no colegiado. O governo confirmou que pretende atribuir as funções do órgão a outros setores.  

“Além de não ter controle e participação social, essa política está totalmente à mercê dessas trocas de favores entre o alto escalão do governo Bolsonaro, que demonstra total falta de experiência e compromisso com essas questões sociais”, explica Makuta. Para ele, a extinção é um ataque aos direitos humanos.

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