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Mulheres marcham em São Paulo por igualdade e contra reforma de Bolsonaro

Milhares se reuniram na Avenida Paulista para marcar o Dia Internacional da Mulher. No ato, manifestações contra a reforma da Previdência de Bolsonaro e pela prevenção ao feminicídio

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Mulheres lembram que a data não é de comemoração, mas sim de luta e resistência

São Paulo – Milhares de mulheres se reuniram na Avenida Paulista para marcar o 8 de março, Dia Internacional da Mulher. A manifestação começou às 16h no vão livre do Masp, e contou com a participação de diferentes grupos, como os de mulheres atingidas por barragens, sem terra, negras, indígenas, entre outros.

Já por volta das 18h20, com maior número, as mulheres marcharam até a Rua Augusta, por onde seguiram no sentido do centro. Elas foram puxadas pela bateria do Bloco Afro Ilú Oba de Min. Algumas pautas foram vistas com maior frequência, como o combate ao feminicídio e críticas contra a reforma da Previdência apresentada pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL), que dificulta a aposentadoria das mulheres.

Outro ponto de ampla unidade foi a presença de homenagens à Marielle Franco, vereadora carioca negra e LGBT assassinada em março do ano passado. São suspeitos do crime milicianos da capital fluminense.

Juntas na diferença, a pluralidade do ato foi celebrada. As mulheres lembram que a data não é de comemoração, mas sim de luta e resistência. A cantora recifense Karina Buhr falou sobre a marcha. “Cada mulher diferente da outra, ainda bem. É muito importante neste momento que tem esse cara representando tudo de ruim contra nós. Ser feminista hoje é estar presente hoje e sempre.”

Ela ainda disparou contra o presidente de extrema-direita, Bolsonaro, ao falar da relevância de tal unidade na atual conjuntura. “Bolsonaro representa tudo que é contra as mulheres. Ele aglutina em uma pessoa, em uma imagem. É muito importante estarmos juntos, é uma hora para juntar as pautas, todo mundo.”

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Mulheres argumentam que política de Bolsonaro afeta negativamente a situação da violência doméstica

Tamires Eduarda Leite da Silva também falou sobre o contexto político. “Um dos meus maiores medos no período das eleições no ano passado era que Bolsonaro ganhasse. Como mulher preta nordestina e LGBT penso que o alvo todo está em cima de mim. Um homem preto pode sofrer muito com isso mas uma mulher, preta, LGBT e nordestina em São Paulo é uma coisa extrema. Bolsonaro apresenta uma ameaça muito grande para nós. Ele não quer que a gente exista e estamos resistindo.”

Para a defensora pública Paula Machado, uma medida de Bolsonaro, em especial, afeta negativamente a situação das mulheres no país. “Quando houve a facilitação do acesso à posse de arma, isso nos preocupa muito porque mais da metade dos feminicídios acontece com arma de fogo. Ao invés de liberar acesso, temos que pensar como prevenir a violência e que a política pública seja pautada nisso.”

Já para a advogada Neusly Fernandes a reforma da Previdência capitaneada por Bolsonaro é o foco. “Quando conseguimos a possibilidade de aposentar com cinco anos menos do que os homens, foi em virtude da tripla jornada que a mulher vive. Precisamos de reformas que ampliem direitos. Essa reforma não só restringe, mas violenta direitos adquiridos com muita força e luta. As mulheres precisam ter seus direitos garantidos. Não é esse governo e esse Congresso que vai fazer a reforma que merecemos.”

Com informações do Brasil de Fato