Brasília

Movimentos protestam pela reativação do Minha Casa Minha Vida Entidades

Temer chegou a prometer contratações para o final de 2018, depois postergada até 31 de março. Governo Bolsonaro não deu previsão. Fim do ministério das Cidades coloca políticas urbanas em risco

Reprodução/TVT

Movimentos também reivindicam investimentos na faixa 1 do Minha Casa Minha Vida

São Paulo – Movimentos populares que lutam por moradia realizaram uma mobilização nesta terça-feira (12) em Brasília para reivindicar a retomada das políticas de habitação no país. A principal exigência é a contratação de projetos do programa Minha Casa Minha Vida Entidades que já haviam sido selecionados e aguardam a liberação de recursos. São projetos que vão atender a cerca de 36 mil famílias em áreas urbanas e rurais. O prazo de contratação vence em 31 de março, daí a urgência dos movimentos. 

Os integrantes se reuniram nos arredores da Catedral Metropolitana e depois seguiram até o Ministério do Desenvolvimento Regional. Participaram do protesto a União Nacional por Moradia Popular (UNMP), a Central dos Movimentos Populares, a Confederação Nacional por Moradia Popular e o Movimento de Luta de Bairros e Favelas (MLB), o Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), o Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), e movimentos do campo, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

“Nós temos, desde o ano, passado a promessa feita pelo governo anterior, que foi transformada  em uma portaria. Exigiu-se que os movimentos apresentassem os projetos, que foram analisados, selecionados pelo governo federal e publicados no Diário Oficial para contratação até o final do ano”, explica a integrante do UNMP Evaniza Rodrigues em entrevista ao repórter Uélson Kalinoviski, para o Seu Jornal, da TVT. No final de 2018, o governo Temer empurrou as contratações para até o final deste mês. 

Além da modalidade Entidades, modalidade em que a gestão das obras é feita por grupos sociais e associações, os movimentos também querem liberação de recursos para a faixa 1 do Minha Casa Minha Vida, que atende a famílias com renda de até R$ 1.800. Já no meio rural, que acumula déficit de 1,3 milhão de moradias, nenhuma casa foi construída desde junho do ano passado pelo Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), segundo os movimentos. 

Os participantes também criticaram o redesenho dos ministérios do governo do presidente, Jair Bolsonaro (PSL). Segundo eles, a extinção do ministério das Cidades, além de prejudicar o diálogo com os movimentos, aumenta a burocracia e coloca em risco políticas de mobilidade urbana, saneamento, dentro outras, que eram tocadas pela pasta. “Estamos num momento político muito preocupado com a situação de desmonte das políticas e das conquistas sociais”, destacou o coordenador da CMP Raimundo Bomfim.

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