Responsabilidade

‘Marielle não é diferente das mais de 60 mil mortes, mas ela era figura pública’

Ex-assessora da vereadora e agora deputada estadual, Monica Francisco (Psol-RJ) rebate relativização do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ). 'Ela era um parlamentar, eleita em um Estado democrático'

Renan Olaz/ Câmara Municipal do Rio

Presidente Jair Bolsonaro disse ainda não saber quem era Marielle antes do crime

São Paulo – Para a deputada estadual Mônica Francisco (Psol-RJ), ex-assessora da vereadora Marielle Franco, assassinada em março do ano passado, cujo os possíveis executores foram presos nesta terça-feira (12), as respostas vagas que tentam relativizar o crime, ou ainda em tom “jogoso, de deboche, ou irônico”, quando declaradas pelo clã Bolsonaro, configuram como “desrespeito ao Estado democrático de direito”.

Após a prisão de um policial militar reformado e um ex-agente expulso da corporação pelos homicídios de Marielle e do motorista Anderson Gomes e pela tentativa de assassinato da assessora da vereadora, Fernanda Chaves, o presidente Jair Bolsonaro declarou ter conhecido Marielle apenas depois do assassinato, apesar de ser colega de seu filho Carlos Bolsonaro na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, e disse estar “interessado em saber quem mantou matar”.

“As respostas dadas pelo mais alto mandatário do estado brasileiro, elas não repercutem só no estado brasileiro. Elas são de saber e interesse internacional. Então, respostas jogosas, em tom de deboche, irônicas ou com falta de responsabilidade (…) mostram total desrespeito pelo Estado Democrático de Direito e desprezo pela responsabilidade do que é governar o estado-nação”, afirma em entrevista à Rádio Brasil Atual. O filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) chegou ainda a declarar que o assassinato da vereadora é “como os outros 62 mil casos que a gente tem no Brasil”.

“Marielle não é mesmo uma figura diferente das mais de 60 mil mortes, mas a questão é que Marielle era uma figura pública, uma parlamentar eleita democraticamente, em um estado democrático que estava sob intervenção federal na segurança pública, e ela era a relatora que ia acompanhar as ações da intervenção”, rebate Mônica.

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