tragédia em suzano

Ex-alunos são responsáveis por ataque. Especialista teme pelo futuro

Para advogado, fica o medo no horizonte. 'O governo federal está defendendo a diminuição dos recursos para a educação e ampliação do acesso às armas, o que pode gerar mais tragédias como essa'

arquivo ebc

Nos Estados Unidos, onde o acesso às armas é facilitado, ataques em locais públicos são frequentes

São Paulo – A cidade de Suzano, na região do Alto Tietê, em São Paulo, viveu nesta manhã o maior atentado em escola da história do estado. Para o advogado Ariel de Castro Alves, do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), a falta de segurança, o ódio e uma certa ode aos armamentos influenciam negativamente nesse cenário. “A falta de estrutura das escolas e a violência, como o bullying, favorecem essas tragédias. O governo federal está defendendo a diminuição dos recursos para a educação e ampliação do acesso às armas, o que pode gerar mais tragédias como essa.”

Dois ex-alunos da Escola Estadual Professor Raul Brasil começaram o ataque em uma loja de veículos, às 9h. Lá, mataram o dono do estabelecimento, tio de um dos atiradores, e roubaram um carro. Entraram na escola por volta das 9h30. Deixaram cinco alunos e dois trabalhadores mortos, além de outros nove feridos, antes de cometer suicídio.

Os atiradores eram Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25. “Antigos alunos deste colégio, fizeram uma ação preliminar em uma locadora, onde atiraram em um senhor chamado Jorge Antônio Moraes, roubaram um Onix branco e seguiram para a escola”, disse o secretário estadual da Segurança Pública, João Camilo Pires de Campos.

A dupla agiu durante o intervalo das aulas, e encontrou apenas alunos do ensino médio no local. Eles estavam armados com um revólver calibre 38, uma besta (espécie de arco e flechas), uma caixa com aparente explosivo e conjuntos para montagem de coquetéis molotov. Antes do ataque, Monteiro postou fotos em sua página do Facebook com as mesmas roupas da ação, incluindo uma máscara e a arma. 

Nos Estados Unidos, esses ataques são frequentes. Desde 1999, foram cerca de 10 por ano. Naquele país, o acesso a armas é muito fácil, sendo necessário, em muitos estados, apenas documentos. Em certos locais ainda é possível comprar armas pela internet, ou em lojas de varejo, como o Walmart.

 

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