Tempos de resistência

Em tempos sombrios, evento discute novos conteúdos do portal Memórias da Ditadura

Maior acervo on-line sobre o tema no Brasil, portal passa a incluir informações reveladas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV)

Reprodução/EBC

Reforma pericial e reparação psíquica são alguns dos conteúdos novos que serão incluídos no portal

São Paulo — O Instituto Vladimir Herzog promove, na próxima segunda-feira (25), o debate “As Violências de Estado e as Resistências”, com o objetivo de discutir os novos conteúdos que serão acrescentados ao portal Memórias da Ditadura. Criado em 2014, o portal é o maior acervo on-line sobre o tema no Brasil e, agora, passa por uma fase de atualização com a inclusão de informações e análises contidas no relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV). 

“O intuito é levar a memória da ditadura para as pessoas, com uma linguagem bastante acessível, com viés educacional, incluindo conteúdos didáticos para professores acessarem em suas aulas”, explica o historiador Lucas Paolo, coordenador de projetos especiais do Instituto Vladimir Herzog e gestor de conteúdo do portal, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual. 

O evento será realizado às 19h, no Centro Universitário Maria Antonia, da Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo. 

Segundo Lucas Paolo, serão quatro conteúdos novos incluídos, dois deles reforma pericial e reparação psíquica na seção “Violência de Estado”, onde são apresentados exemplos de violências que começaram na ditadura e ainda seguem ocorrendo, incluindo a análise de quais dispositivos de Estado permitem que tais violências permaneçam existindo. 

“São dois temas que estão ligados às recomendações da Comissão Nacional da Verdade, que diz ser necessário haver uma perícia desvinculada da polícia para garantir a autonomia pericial e, por outro lado, a reparação psíquica. O Estado produz violência, sofrimento, traumas psíquicos na população desde o passado até o presente, como o genocídio da população negra nas periferias e todo o massacre da população jovem. O Estado produz muito sofrimento pelo qual precisa ser responsável”, afirma o gestor de conteúdo do portal Memórias da Ditadura. 

Ouça a entrevista na íntegra 

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