Violência

Homem é retirado de agência com ‘mata-leão’ e acusa Caixa de racismo

Gerente do banco disse que 'não negociaria com esse tipo de gente' e pediu aos policiais que cliente fosse imobilizado, e foi prontamente atendido

REPRODUÇÃO

‘Em pleno século 21 fui tratado de forma ríspida e claramente fui vítima de preconceito racial’, disse Crispim

São Paulo – Uma agência da Caixa Econômica em Salvador é acusada de racismo. Na última terça-feira (19), o microempresário Crispim Terral foi imobilizado com um golpe “mata-leão” por policiais militares da Bahia e retirado à força da agência do banco. 

Crispim, que é negro, estava acompanhado de sua filha, de 15 anos. Ele relata ter sido tratado com indiferença pelos funcionários da Caixa, ao ficar por quatro horas esperando ser atendido pelo gerente. 

Ainda de acordo com seu relato, dirigiu-se ao gerente-geral da agência para questionar a falta de atendimento. Porém, o responsável pela unidade acionou a polícia para retirá-lo à força do banco.

Vídeo gravado pela filha de Crispim mostra o pai já na presença dos policiais. É possível ouvir o gerente do banco afirmar que só iria à delegacia se o cliente fosse algemado e que não negociaria “com esse tipo de gente”.

No outro corte do vídeo, Crispim é imobilizado com um mata-leão, apesar de não oferecer resistência, e levado para fora da agência bancária.

No último dia 14, o jovem negro Pedro Henrique Gonzaga, de 19 anos, foi estrangulado e morto com um “mata-leão” por um segurança do supermercado Extra, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. 

“Em nenhum momento eu fui mal-educado, grosseiro ou deselegante dentro daquela agência bancária, mas fui tratado como um bandido. Em pleno século 21 fui tratado de forma ríspida e claramente fui vítima de preconceito racial“, disse Crispim, em suas redes sociais.

Em nota, a Caixa Econômica Federal informou que repudia atitudes racistas e que “até o momento, não foi identificada, por parte de nenhum dos seus empregados ou colaboradores, qualquer atitude de cunho discriminatório”.

Assista ao vídeo

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