Fuzilamento

Defensoria vê indícios de execução em ação policial que deixou 13 mortos no Rio

Ouvidor-geral teve acesso aos laudos das vítimas para saber se houve confronto, como alega a polícia, ou se foram houve 'execuções sumárias'

Reprodução/TVT

Testemunhas dizem que vítimas foram surpreendidas pela polícia em ação no morro Fallet-Fogueteiro

São Paulo – A Defensoria Pública do Rio de Janeiro quer ter acesso aos laudos de necrópsia dos 13 mortos em operação policial nos morros da Coroa, Fallet-Fogueteiro e dos Prazeres, em Santa Teresa e no Catumbi, no centro da capital fluminense, na última sexta-feira (8). A suspeita é que as vítimas foram executadas pela Polícia Militar, que alega que houve troca de tiros, e que os atingidos seriam suspeitos de tráfico de drogas.  

ouvidor-geral da Defensoria Pública do Rio, Pedro Daniel Strozenberg, diz haver “fortes indícios de fuzilamento”, e pediu acesso aos “laudos cadavéricos”, para apurar se houve “confronto ou execuções sumárias”. “Assim poderemos saber ao certo o número de tiros que atingiram cada um dos mortos e a trajetória das balas”, afirmou o ouvidor nesta terça-feira (12). 

Fontes ouvidas pelo portal UOL, que pediram para não ser identificadas, alegam que ao menos em 8 dos mortos foram constatadas pelos legistas marcas de tiros pelas costas e na cabeça, características de execução. Moradores do Fallet-Fogueteiro, onde nove das vítimas foram mortas, dizem que os policiais surpreenderam o grupo.

A Anistia Internacional também cobrou “investigação imediata” do ocorrido. “Tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público, que tem a missão constitucional de exercer o controle externo da atividade policial, devem iniciar imediatamente uma investigação sobre as mortes decorrentes de intervenção policial”, afirma a entidade, em nota.

Se confirmadas as execuções, seria a primeira chacina policial ocorrida durante o governo do ex-juiz Wilson Witzel (PSC). É a operação com o maior número de vítimas desde 2007. 

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