Violência

Repressão policial marca segundo ato contra aumento da tarifa em São Paulo

Soldados usaram bombas de efeito moral e gás de pimenta contra as pessoas ainda na concentração. Jornalistas, que cobriam a ação truculenta, foram atingidos por balas de borracha. Um manifestante segue detido

Manifestante agredido pela PM de João Doria na concentração do segundo ato contra o aumento das passagens <span>(Mídia Ninja)</span>PROTESTO - Segundo ato contra aumento de tarifas de ônibus, trem e metrô em SP tem violência policial <span>(Paulo César Rocha)</span>Segundo ato contra aumento de tarifas de ônibus, trem e metrô em SP tem violência policial 
 <span>(Paulo César Rocha)</span>Segundo ato contra aumento de tarifas de ônibus, trem e metrô em SP tem violência policial  <span>(Paulo César Rocha)</span>Segundo ato contra aumento de tarifas de ônibus, trem e metrô em SP tem violência policial 
 <span>(Paulo César Rocha)</span>Segundo ato contra aumento de tarifas de ônibus, trem e metrô em SP tem violência policial  <span>(Paulo César Rocha)</span>

São Paulo – A ação violenta da Polícia Militar (PM) de São Paulo marcou o segundo ato contra o aumento da tarifa dos transportes públicos nesta quarta-feira (16), na capital. A repressão começou quando os manifestantes ainda se concentravam, durante a tarde, na Praça do Ciclista, na região da Avenida Paulista, para manifestação convocada pelo Movimento Passe Livre (MPL). Jornalistas foram atingidos por balas de borracha e 21 manifestantes foram detidos pela PM por suposto desacato. Um deles não havia sido liberado até o fechamento desta matéria e permanecia no 78º Departamento de Polícia, sob alegação de portar material explosivo caseiro. Ele nega a acusação e aguarda audiência de custódia na manhã desta quinta-feira (17).

Os manifestantes, sentados, faziam um jogral para deliberarem sobre o trajeto que a manifestação percorreria, quando foram atacados pelos policiais com bombas de efeito moral e gás de pimenta. Segundo relatos, pessoas foram arrastadas com violência, escolhidas aleatoriamente. Na sequência, eram interrogadas e detidas. Pelo Twitter, a Polícia Militar afirmou que manifestantes tentavam “quebrar a ordem”. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública (SSP), do governo do Estado, não respondeu aos questionamentos dos jornalistas sobre a repressão desmedida, nem sobre as prisões. 

O fotógrafo da Ponte Jornalismo, Daniel Arroyo, 39 anos, que fazia a cobertura da manifestação levou um tiro de bala de borracha no joelho direito, disparado por um policial. William Vieira, colaborador da Mídia Ninja, também foi atingido pelas costas, por pelo menos dois disparos, na região das pernas. Os policiais negaram socorro ao jornalista atingido.  

Vídeo da Ponte retrata a repressão contra a imprensa e manifestantes: 

O estudante e repórter da agência ÉNoisJoão De Mari, conta que policiais tentaram impedir que ele chegasse até o local da manifestação. “Um policial veio atrás de mim, me puxou pelo braço, me encostou na parede e disse que iria me enquadrar”, relatou. Outro PM recolheu seus pertences e documentos, enquanto o policial que fez a abordagem intimidava o repórter. “Ele [o policial] ficou falando que jornalista não tinha direito nenhum porque nem era uma profissão que precisa de diploma.” Outro manifestante que vestia uma camisa com imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foi agredido e ameaçado pelos policiais.

O reajuste da tarifa para os ônibus, que passou de R$ 4 para R$ 4,30, foi anunciado pelo prefeito Bruno Covas(PSDB) ainda em dezembro, e passou a valer no dia 7. Na sequência, o governador, João Doria (PSDB), também determinou os mesmos valores para as passagens dos trens do Metrô e da CPTM, que passaram a vigorar no último domingo (13). Os manifestantes contestam o aumento que, em termos percentuais, corresponde ao dobro da inflação registrada no ano passado, acima também do reajuste do salário mínimo. 

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