Violências e mortes

Relatório sobre direitos humanos destaca aumento de violações no Brasil

Pesquisa da Human Rights Watch mostra crescimento da violência policial, doméstica e aumento da taxa de encarceramento

Fernando Frazão/EBC

Estudo mostrou preocupação com os atuais líderes brasileiros por suas posições anti-direitos humanos

São Paulo – A 29ª edição do relatório da Human Rights Watch (HRW), que avalia a situação dos direitos humanos em mais de 90 países, apontou uma série de destaques negativos no Brasil no último ano. Entre eles, o recorde de homicídios atrelados à violência policial, o aumento da violência doméstica e as péssimas condições dos presídios como algumas das violações que têm ocorrido.

De acordo com o relatório anual lançado nesta quinta-feira (17), em São Paulo, foram registrados cerca de 64 mil homicídios em 2017, além de mais de 1 milhão de casos de violência contra as mulheres que estavam pendentes de julgamento nos tribunais no mesmo ano. O documento chama a atenção ainda para o crescimento da população carcerária, que saltou para 842 mil presos em 2018, ante os 726 mil de 2016.

O estudo mostra ainda preocupação com os atuais líderes brasileiros, como explica o diretor para as Américas da HRW, José Miguel Vivanco, em entrevista à repórter Beatriz Drague Ramos, da Rádio Brasil Atual.

Na visão do dirigente, é surpreendente que Jair Bolsonaro (PSL) tenha vencido as eleições após endossar a prática de tortura e outros abusos. “A retórica do atual presidente durante a campanha, foi uma retórica anti-direitos humanos, contrária a valores básicos e aos princípios elementares de proteção, especialmente das minorias, isso é algo nunca visto”, criticou.

No capítulo introdutório do relatório divulgado pela entidade, o diretor executivo Kenneth Roth expressa preocupação com “líderes autocráticos” e citou, no lançamento mundial do documento, Jair Bolsonaro como exemplo. Em relação ao Brasil, Vivanco destaca que esforços para “supervisionar” e “monitorar” organizações não-governamentais podem minar o “papel independente que exercem em uma sociedade aberta e democrática”.

Ouça a reportagem na íntegra:

Você pode conferir a partir de 18’32”

 

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