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Projeto de mídia democrática ficará ainda mais distante com governo Bolsonaro

Meios de comunicação hegemônicos ainda estão perdidos quanto à linha política, mas devem adotar relação pró-governo, segundo especialistas

TVT/Reprodução

“A tendência é que gradativamente eles se acertem com o novo governo”, afirma o professor Lalo Leal

São Paulo – Os meios de comunicação tradicionais estão desorientados desde as eleições, quando não conseguiram impulsionar um candidato de centro-direita ao poder, ocupado, posteriormente por Jair Bolsonaro (PSL) que, ao privilegiar as redes sociais e criticar a cobertura dos veículos midiáticos, parece rejeitar os velhos meios de comunicação, impondo novas condições, como avaliam os especialistas Renata Mielli e Laurindo Lalo Leal Filho.

Em debate sobre a mídia em 2019, realizado pela Rádio Brasil Atual, a secretária-geral do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e integrante executiva do Fórum Nacional pela Democratização da Mídia (FNDC) e o sociólogo, jornalista e professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) apontaram as incertezas que pairam e que podem impedir o projeto de uma comunicação mais democrática no Brasil.

“A tendência, fora a Folha de S.Paulo, é que gradativamente eles se acertem com o novo governo. A Folha vai manter mais ou menos essa linha de mostrar que é independente embora, na prática, ela sempre está a favor de quem esteja no poder”, afirma Lalo Leal aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria.

Ainda que a posição política escolhidas pelos veículos tradicionais ainda não tenham sido formalizadas, Renata credita a elas a criação do perfil de eleitores “bolsonaristas” e a própria eleição de Bolsonaro à Presidência da República, a partir do reforço diário da antipolítica e de programas policialescos.

“Todos esses programas vão construindo paliativamente visões de mundo, criando bordões que foram naturalizados, como ‘bandido bom é bandido morto’ (…) A mídia não estimula a criação, o debate crítico, ela cria sensos comuns”, ressalta.

Ouça o debate

Você pode conferir a partir de 1’16″00

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