Reconhecimento

Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos será entregue nesta segunda-feira

Em sua 21ª edição, o prêmio homenageia pessoas que lutam pela promoção e defesa dos direitos humanos no Brasil

ONU/Divulgação

Paulo Sérgio Pinheiro, ex-ministro de Direitos Humanos no governo FHC, é um dos indicados pela bancada do PT

São Paulo — O Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos será entregue nesta segunda-feira (10), a partir das 20h, no Plenário Juscelino Kubitschek da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). A 21ª edição do prêmio coincide com o Dia Internacional dos Direitos Humanos e a celebração pelos 70 anos da Declaração Universal.  

Dos dez finalistas, quatro foram escolhidos pela bancada do PT na Assembleia, como forma de simbolizar a importância da defesa dos direitos humanos em tempos de retrocesso, como ocorre neste momento no Brasil em diversos temas ligados a causa. 

São eles: Anderson Lopes Miranda, fundador e ex-presidente do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), Benedito Roberto Barbosa, militante da União dos Movimentos de Moradia de São Paulo (UMMSP) e da Central dos Movimentos Populares (CMP), Paulo Sergio Pinheiro, ex-ministro de Direitos Humanos, e João Pedro Stedile, economista e um dos fundadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). 

Também concorrem o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, devido aos 50 anos da histórica greve da Cobrasma, em julho de 1968, quando dezenas de trabalhadores da empresa pararam suas produções contra as péssimas condições de trabalho, a lei antigreve e a repressão impostas pelo ditadura. 

Em 2017, o Prêmio Santo Dias homenageou o vereador Eduardo Suplicy (PT) e o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Universidade de São Paulo (USP), José Gregori. 

Santo Dias e o Prêmio 

Metalúrgico e membro da Pastoral Operária de São Paulo, Santo Dias era funcionário da Metal Leve e liderança reconhecida entre aqueles que lutavam por melhores condições de trabalho.

Em 1979, durante uma greve na extinta fábrica Sylvania, em Santo Amaro, zona sul da cidade de São Paulo, Santo Dias foi baleado pela Polícia Militar. O governo chegou a proibir homenagens a ele, mas foi em vão. A morte de Santo Dias despertou grande comoção e milhares de pessoas seguiram em cortejo de seu corpo até a Catedral da Sé.

Santo Dias tornou-se então um símbolo de resistência e hoje seu nome é visto em ruas, parques, pontes e no Centro Santo Dias de Defesa dos Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo.