Morte do futuro

No Rio, 635 crianças e adolescentes foram assassinados em 2017

De acordo com Dossiê Criança e Adolescente, letalidade contra os jovens vem crescendo desde 2014, registrando, no ano passado, 20 vítimas por 100 mil habitantes

Arquivo EBC/Reprodução

Relatório chama atenção para as mortes por armas de fogo, que são 90% dos casos de letalidade

São Paulo – Em 2017, estima-se que 635 crianças e adolescentes foram assassinados no estado do Rio de Janeiro sendo que 28,6% dessas mortes decorreram de intervenção policial. Os números são do Dossiê Criança e Adolescente lançado recentemente pelo Instituto de Segurança Pública.

O relatório constata a letalidade violenta contra crianças e adolescentes a partir do aumento verificado no número de homicídios, que saltou de 13 vítimas por 100 mil habitantes, em 2014, para 20 vítimas, em 2017, com 90% das mortes por arma de fogo.

Em entrevista à repórter Viviane Nascimento, do Seu Jornal, da TVT, a organizadora do dossiê, Flávia Vastano, afirma que há uma ligação entre os assassinatos com grupos criminosos que exercem atividades ilegais em determinados territórios. Segundo a pesquisadora, esses jovens estão sendo cooptados por facções para participar de confrontos armados com a polícia. 

“Isso sinaliza para a necessidade de políticas focalizadas, que operem cirurgicamente nessas áreas com promoção de políticas públicas sociais, engajando os adolescentes em atividades, dando perspectivas para esses jovens, trabalhando com educação, com assistência social e fornecendo todos os serviços que garantam cidadania”, avalia a pesquisadora. 

Assista à reportagem do Seu Jornal