violência e racismo

MST repudia assassinato de militante da Unegro em Sorocaba

Milton Expedito do Nascimento, conhecido como Milton Dinho, foi atingido por disparos de arma de fogo por supostamente não ter parado durante uma abordagem

divulgação / mst

Dinho: história mistura racismo, violência e a prática naturalizada de execução antes da abordagem

MST – Na tarde do domingo (23), o locutor da Rádio Cultural FM de Sorocaba e militante da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Milton Expedito do Nascimento, conhecido como Milton Dinho, foi atingido por disparos de arma de fogo por supostamente não ter parado durante a abordagem realizada pela Polícia Militar (PM).

Em nota, o MST no estado de São Paulo denuncia, repudia o ocorrido e destaca: “A história de sua morte é terrivelmente absurda, pois mistura racismo, violência e a prática naturalizada de execução antes da abordagem, de atirar primeiro e depois averiguar, de considerar que um negro é sempre um “suspeito”, mesmo quando a descrição de ‘procurado’ indica cor de pele branca”.

Confira a nota:

Nota do MST de dor e indignação pelo assassinato de Dinho, da Unegro

A proximidade do Natal não impediu que a Polícia Militar (PM) de Sorocaba-SP fizesse mais uma vítima. Desta vez foi Milton Expedito do Nascimento, o companheiro Dinho, radialista comunitário, militante ativo do movimento negro (Unegro) e defensor das causas sociais do povo brasileiro.

A história de sua morte é terrivelmente absurda, pois mistura racismo, violência e a prática naturalizada de execução antes da abordagem, de atirar primeiro e depois averiguar, de considerar que um negro é sempre um “suspeito”, mesmo quando a descrição de “procurado” indica cor de pele branca. 

O tema “pena de morte” voltou a ser ventilado na mídia nessa semana e logo foi afastado pelo capitão de plantão. Para ele não é necessário debater algo que já funciona com rigor, entre os tantos 60 mil casos de homicídios que o Brasil arrasta por ano. As autoridades brasileiras silenciam diante deste cruel tribunal das ruas, no qual a força policial reúne ao mesmo tempo a função de abordar, prender, julgar, condenar e submeter a pena, tudo em fração de segundos, no apertar do gatilho.

O MST compartilha sua total indignação com este grave crime ocorrido contra mais um militante popular e exige controle social sobre as investigações.

Também prestamos toda nossa solidariedade aos amigos e familiares que terão a dor de enterrar um filho querido em pleno dia de natal. 

Seguimos na luta! 

24 de dezembro de 2018
Direção do MST-SP