São Paulo – Moradores da Ocupação 29 de Março, em Curitiba (PR) denunciaram à repórter Beatriz Drague Ramos, da Rádio Brasil Atual, que dois jovens foram assassinados durante um incêndio que ocorreu na noite de sexta-feira (7) para a madrugada de sábado (8) e destruiu cerca de 200 moradias, deixando 250 famílias sem casa.

Um dos jovens, o adolescente de 17 anos, Gabriel Carvalho Maciel, foi identificado nesta terça-feira (11) pela polícia. Morto com um tiro na nuca, os moradores relataram que Gabriel havia gravado os policiais ateando fogo nas casas. O incêndio teria sido provocado intencionalmente pelos agentes como uma forma de represália pela morte do soldado Erick Nório, assassinado na quinta-feira (6) na entrada da ocupação.

“O que a gente espera é justiça, que apareça o culpado que fez isso com ele. Não vai diminuir a dor, mas pelo menos a gente vai saber que não estamos desprotegido”, afirma a tia de Gabriel, Juçara Lourdes de Carvalho. Para a advogada do coletivo Advogados e Advogadas pela Democracia Tânia Mandarino, o caso revela fortes provas de violência policial. “Existe um farto material nas redes sociais que foi inclusive divulgado e compartilhado na sexta-feira e realmente não dá para negar, a polícia estava no local agindo de uma forma bastante repressiva como se aqueles moradores e moradoras fossem responsáveis pela morte do policial”, contesta a advogada. 

Procurada pela reportagem, a Polícia Militar do Paraná afirmou em nota estar apurando todos os fatos para verificar se houve irregularidades envolvendo os integrantes da corporação. De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, dois policiais já foram identificados por terem atirado nas casas, o caso agora será investigado pela corregedoria da PM. 

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