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Conheça Aluízio Palhano, bancário morto no DOI-CODI de Ustra

Ossada de militante foi identificada pelo Grupo de Trabalho Perus. Palhano foi morto em 1971, durante a ditadura civil-militar

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Em 24 de abril de 1970, Aluízio fez o último contato com os parentes. Ele foi morto aos 48 anos

São Paulo – A ossada de Aluízio Palhano Pedreira Ferreira, militante morto em 1971 pela ditadura civil-militar, foi identificada na última segunda-feira (3), pelo Grupo de Trabalho Perus (GTP). Aluízio era funcionário do Banco do Brasil, considerado um dos principais líderes sindicais do país durante o período.

Ex-presidente da Comissão da Verdade de São Paulo, Adriano Diogo conta que Aluízio fazia parte da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). “Era a mesma organização revolucionária da presidenta deposta Dilma Rousseff. Eles usam a organização para dizer que ele era da luta armada, mas acima de tudo ele era um militante bancário”..

A trajetória política de Palhano começou cedo. Aos 21 anos, ingressou no Banco do Brasil, onde trabalhou até ser cassado pelo Ato Institucional (AI) nº 1, em 1964. Formou-se advogado pela Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense e, por duas vezes, presidiu o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.  

Em 1963, foi eleito presidente da Confederação dos Trabalhadores dos Estabelecimentos de Crédito (Cotec). Em 1964, Aluízio teve seus direitos políticos cassados e passou a ser perseguido pelos órgãos de repressão. Em fins de maio do mesmo ano, asilou-se na Embaixada do México, indo posteriormente para Cuba. 

Em 1970, regressou clandestinamente ao Brasil. Manteve comunicação com familiares por ocasião do casamento de sua filha. Em 24 de abril do mesmo ano, fez o último contato com os parentes. 

Os relatório dos ministérios da Marinha, Exército e Aeronáutica não fazem referências à sua morte. Seu nome foi encontrado em 1991 no arquivo do Departamento de Ordem Política e Social do Paraná (Dops-PR), em uma gaveta com a identificação “falecidos”.

Palhano foi morto aos 48 anos, nas dependências do DOI-CODI, comandada pelo general Carlos Alberto Brilhante Ustra. “O presidente eleito no Brasil (Jair Bolsonaro) tem como seu ídolo o torturador responsável pela morte do corpo que encontramos hoje. É mais uma resposta de que não podemos tolerar e homenagear torturadores”, afirma Rogério Sottili, diretor executivo do Instituto Vladimir Herzog. 

O Seu Jornal, da TVT, fez uma reportagem sobre o caso. Assista:

Com informações do Sindicato dos Bancários de São Paulo

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