Racismo

Especialistas temem aumento da violência contra população negra

Dados do Atlas da Violência apontam que o número de homicídios já é maior entre negros e pardos e corresponde a 71,5% dos assassinatos no Brasil

TVT/Reprodução

Evento no Sesc debateu o jornalismo, encarceramento em massa e extermínio da juventude negra, pobre e periférica

São Paulo – “Quando a gente vê um governo que ganha uma eleição a base de uma falsa ‘segurança pública’ que não é para todos, mas para poucos, e dizer que é legítimo matar, ficamos assustados, mas, ao mesmo tempo, a gente não tem  que se assustar, temos que enfrentar.” A afirmação de Débora Silva, fundadora do movimento Mães de Maio, tem relação direta com discursos de campanhas como as de Jair Bolsonaro e João Doria, eleitos presidente da República e governador de São Paulo.  

Débora foi ouvida pela repórter Michelle Gomes, do Seu Jornal, da TVT,  durante evento promovido pelo Sesc Parque Dom Pedro II e a Ponte Jornalismo, dentro do projeto Consciência Negra, Presença e Resistências. Para Débora, o atual drama social que coloca a população negra como a que mais morre e que mais está encarcerada, poderá ser agravado.

Segundo dados do Atlas da Violência, entre 2006 e 2016, a taxa de homicídios de negros aumentou 23,1%, enquanto a de brancos diminuiu 6,8%. A população negra também representa 71,5% das vítimas de assassinatos e nos presídios brasileiros, de acordo com dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), são 64% dos encarcerados. Para a advogada e palestrante Dina Alves, esta realidade decorre de uma “falsa abolição no país”.

“Por trás de tudo isso, dos números, do encarceramento e das mortes, está a presença persistente do racismo estrutural nas relações dos agentes de segurança pública e dos operadores do direito”, afirma a advogada.

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