Pela democracia

Organizações sociais se unem em repúdio a declaração de Bolsonaro sobre ativismo

Manifesto assinado por mais de 3 mil entidades e movimentos da sociedade civil aponta inconstitucionalidade na declaração e desconhecimento da construção histórica do Brasil

Rovena Rosa EBC/Reprodução

“Vamos botar um ponto final em todos os ativismos do Brasil”, declarou Bolsonaro após o primeiro turno das eleições

São Paulo – Com o objetivo de denunciar os riscos que correm hoje os movimentos sociais e organizações da sociedade civil, mais de 3 mil instituições, entre as quais a Conectas Direitos Humanos, Instituto Alana e o Coletivo Intervozes, uniram-se em manifesto para repudiar a declaração do candidato a presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) em que sugere o fim dos ativismos no Brasil. De acordo com as instituições, o discurso do candidato é uma afronta à Constituição de 1988 que garante os direitos de associação e assembleia no país.  

As declarações como “vamos botar um ponto final em todos os ativismos do Brasil”, feita por Bolsonaro em pronunciamento transmitido em sua página do Facebook no domingo (7), logo após a divulgação dos resultados do primeiro turno das eleições, e “não pode ter esse ativismo xiita ambiental no Brasil”, em entrevista à TV Bandeirantes na mesma semana, incentivam, segundo explica a coordenadora Bia Barbosa do Coletivo Intervozes, a exclusão das organizações nos debates públicos.

“É uma candidatura que é baseada no autoritarismo e na ausência de diálogo. Apesar do candidato fazer várias declarações dizendo que ele quer unificar o país, que ele quer dialogar com todo mundo, as declarações dele são muito contraditórias com relação a isso, para dizer o mínimo”, afirma a coordenadora à repórter Beatriz Drague Ramos, da Rádio Brasil Atual, acrescentando que os ataques podem ser promovidos por meio de cortes orçamentários ou até pela criminalização dos movimentos, representando ainda um desconhecimento histórico da construção do Brasil.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2017 foram contabilizadas mais de 820 mil ONGs atuando em áreas como saúde, educação, liberdade de expressão, diretos trabalhistas, pela infância, entre outras questões sociais.

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