Violência no campo

Assassinatos de quilombolas crescem 350% em um ano, segundo levantamento

Publicação Racismo e Violência contra Quilombos no Brasil, lançada nessa terça (25), aponta que aumento de assassinatos se relaciona ao avanço do desmatamento e da mineração no Norte e Nordeste

TVT/Reprodução

Coordenadora da Conaq aponta ainda omissão do Estado no combate e punição da violência contra quilombolas

São Paulo – O ano de 2017 foi o mais violento para as comunidades quilombolas. No total, foram 18 assassinatos, um aumento de 350% na comparação com 2016, quando quatro mortes foram registradas. O dado é resultado da pesquisa Racismo e Violência contra Quilombos no Brasil, realizada pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e a Terra de Direitos, lançado nessa terça-feira (25) em Brasília.

Em entrevista ao repórter Uélson Kalinovski, do Seu Jornal, da TVT, a coordenadora nacional do Conaq e também quilombola do interior de Pernambuco, Givânia Maria da Silva, explicou que a pesquisa, que conta com a parceria do Coletivo de Assessoria Jurídica Joãozinho de Mangal e a Associação de Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais da Bahia (AATR), levanta o estado de vulnerabilidade dos quilombolas diante do avanço do desmatamento e da mineração, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.

A coordenadora acrescenta ainda à escalada da violência contra comunidades, a omissão e conivência do Estado com as ações ruralistas. Para ela, há uma aliança entre o governo e instituições que vem criminalizando os movimentos sociais. “A gente não tem tido muita resposta dos órgãos do Estado e responsáveis por apurar os casos e punir os culpados”, afirma Givânia.

Assista à íntegra da reportagem:

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