Agricultores familiares seguem na produção mesmo sem repasse de verba federal
Fazenda Bom Jesus, em Goiás, foi desapropriada para fins de reforma agrária em 2017 mas trabalhadores não tiveram acesso a crédito para produzir
Publicado 24/09/2018 - 11h59
Agricultores explicam que ao ano chega a ser feita três colheitas de arroz, feijão, milho, mandioca,entre outros alimentos
São Paulo – Mesmo sem a ajuda do governo federal, 59 famílias de agricultores pré-assentados na Fazenda Bom Jesus, no município de Vila Propício, em Goiás, seguem trabalhando na produção de alimentos. São pelo menos três colheitas por ano de culturas como arroz, amendoim, feijão, milho e mandioca. Os agricultores familiares cobram acesso ao crédito e à assistência técnica, mas também a implantação de escolas, postos de saúde e transporte público na região.
Em fevereiro de 2017, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) tomou posse das três fazendas que constituíam a propriedade após verificar que a função social dos imóveis não estava sendo cumprida e garantiu às famílias assentadas que o terreno seria destinado a elas com a reforma agrária.
Entre esse período de aquisição da terra e a entrega definitiva dos lotes, o Incra confirmou que as famílias teriam acesso ao crédito para ter condições de produzir. No entanto, em entrevista ao repórter Uélson Kalinovski, do Seu Jornal, da TVT, o agricultor familiar Ivan Soares de Lima afirmou que as famílias ainda não conseguiram. “Por enquanto, é financiamento próprio, é no braço mesmo”, explicou.