Em São Paulo

Memorial da Resistência homenageia desaparecidos vítimas da ditadura

Evento marcou Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados e reivindicou justiça aos casos de violência cometida pelo Estado brasileiro

Sec. Munic. de D. Humanos e Cidadania/Reprodução

Nesta quinta, família do militante político Dimas Casemiro, vítima da ditadura civil-militar, recebeu seus restos mortais

São Paulo – No Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), os desaparecidos durante o período da ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985) foram homenageadas nesta quinta-feira (30) por ativistas pelos direitos humanos, estudantes e familiares. O ato, realizado no Memorial da Resistência, na região central de São Paulo, fez um alerta contra o esquecimento da violência do Estado e pediu investigação dos casos e punição aos culpados.

A data marcou também o encerramento de anos de buscas do militante político Dimas Casemiro, que teve suas ossadas identificadas no início do ano e entregues durante o evento aos seus familiares. Casemiro, morto em 1971 por agentes da repressão, só teve seus restos mortais encontrados na década de 1990 e, após anos de investigação e perícia, foram finalmente identificados em 2018.

“Foi um período drástico (o da ditadura) em que houve tortura, desaparecimentos, mortes. E nós não podemos esquecer de todos os regimes de exceção para que não sejam repetidos”, afirma a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Berenice Maria Giannella. Em entrevista à repórter Michelle Gomes, do Seu Jornal da TVT, a integrante do Movimento Mães de Maio Francilene Gomes Fernandes lamentou que, até hoje, a violência de Estado, seguida do desaparecimento, seja uma prática.

“O desaparecimento ainda continua acontecendo desde a ditadura e hoje, de uma forma tão grave quanto, mas em pleno período democrático”, declara a militante. Francilene procura, desde 2006, pelo irmão desaparecido durante o período conhecido como Crimes de Maio, quando policiais e grupos de extermínio foram às ruas de bairros da periferia da capital em retaliação aos ataques sofridos pela organização criminosa PCC.

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