Violência e conflitos

Em Rondônia, indígenas denunciam invasões e ameaças de morte

Grileiros e garimpeiros têm invadido e ameaçado indígenas da Terra Uru-eu-Wau-Wau. Povos tradicionais cobram providências das autoridades e lutam pela sobrevivência

Associação Kanindé/Reprodução

“Os madeireiros que estão invadindo as nossas terras estão bem armados”, afirma o presidente da Jupaú, Awapu

São Paulo – Cerca de 800 indígenas da Terra Uru-eu-Wau-Wau, em Rondônia, estão vivendo sob constantes invasões de madeireiros interessados na extração da madeira serrada, grileiros e até garimpeiros ilegais. Ameaçado de morte, o indígena Awapu, que preside a Associação Jupaú,  declarou, em entrevista à repórter Nahama Nunes, da Rádio Brasil Atual, que há tempos os conflitos são denunciados e cobra ajuda das autoridades brasileiras.  

“Os madeireiros que está invadindo as nossas terras estão bem armados”, aponta Awapu. Segundo explica a coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, Ivaneide Bandeira, os invasores são violentos e têm também desmatado as terras da reserva. “O clima é de medo”, afirma. “Quando os grileiros entram, eles entram desmatando e derrubando a floresta”.

O território indígena ameaçado em Rondônia é composto por diversas tribos que se autodenominam Jupaú, entre elas a Amondawa e mais três grupos isolados. A terra Uru-eu–Wau-Wa, junto com o Parque Nacional Pakaás Novos, é responsável, de acordo com os povos tradicionais, pela biodiversidade do estado de Rondônia.

Ainda de acordo com Ivaneide, alguns candidatos locais às eleições deste ano têm incentivado a invasão do território indígenam sobre a promessa de que, se eleitos, irão reduzir as demarcações. Procurados, o Ministério Público Federal e a Funai não responderam os questionamentos feitos pela reportagem, até o fechamento da matéria.

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