Eleições 2018

Em São Paulo, grupo discute a importância de mães ocuparem o espaço da política

Debate sobre políticas públicas para mães e crianças ocorreu no sábado (14) e contou com a participação da pré-candidata à Presidência da República Manuela D'Ávila (PCdoB)

TVT/Reprodução

No Brasil, pouco mais de 10% dos deputados federais são mulheres, segundo dados da associação Inter-Parliamentary Union

São Paulo – Sob a convocação intitulada “Maternidades, Infâncias e Transformação Social”, um grupo de mães se reuniu no sábado (14), em uma escola municipal do Butantã, na zona oeste da capital paulista, para debater políticas públicas orientadas para mães e crianças. O objetivo, de acordo com a organização do evento, foi sensibilizar as pessoas para a importância da inclusão dessas mulheres nos espaços políticos do país. Hoje, o Brasil amarga a 154ª posição entre 193 países em nível de representatividade de gênero.

A falta de mulheres na política é ainda mais grave quando são levados em consideração outros recortes sociais tais como raça e classe socioeconômica, o que explica o índice inferior a 1% de mulheres negras candidatas na disputa por prefeituras nas eleições de 2016.

“Ser mãe e negra é duplamente mais difícil”, analisa a escritora e pedagoga Clélia Rosa. Para ela, que também é mãe e ativista pela erradicação do racismo na infância, a emancipação da mulher, apesar de ser uma pauta histórica, ainda está longe do ideal, fazendo da luta uma necessidade diária. “Nem um passo para trás, todos os passos para frente apesar das dificuldades”, prega a escritora.

Durante o encontro, dificuldades quanto a espaços que permitam a presença de mães e crianças, o preconceito contra mulheres que precisam levar seus filhos em atividades como palestras, a jornada tripla sem remuneração e a desigualdade de oportunidades por conta do gênero, foram citados como situações cotidianas enfrentadas pelas mulheres que tentam entrar em novas esferas sociais.

A presidenciável Manuela D’Ávila do (PCdoB) alerta para a ausência de políticas públicas que tratem da questão em escolas e na rede de saúde pública, por exemplo, o que penaliza diretamente crianças e mães por conta do papel de cuidadora imposto pela sociedade. “É preciso compreender que o conjunto de políticas do Estado, embora não tenha ligação diretamente com as mulheres, tem relação com a nossa emancipação”, defende a candidata.

Assista à reportagem de Leandro Chaves para a TVT:

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