Participação de todos

Entidades firmam pacto para fortalecer democracia nas eleições

Integrantes da projeto refletem sobre como plataforma pode auxiliar cenário político brasileiro a atravessar a atual crise política e representativa

Ricardo Stuckert/IL

O Pacto se propõe a ser um espaço plural, apartidário, aberto a toda sociedade civil para desenvolvimento de ações democráticas

São Paulo – A plataforma Pacto pela Democracia, lançadana última quarta-feira (13), por diversas entidades preocupadas com o restabelecimento da democracia no país, soma como um novo instrumento para esse ano que tem como principal mote, as eleições presidenciais e parlamentares, de outubro. Em entrevista à repórter Ana Rosa Carrara, da Rádio Brasil Atual, representantes de algumas das organizações comentaram o atual cenário brasileiro e as contribuições que o pacto pode trazer à sociedade.  

Considerada a principal via para a garantia de direitos humanos, que aqui no Brasil tem norteado diversos debates, seja pela sua urgência como pelo aumento de violações, a democracia, na opinião da coordenadora de Programas da Conectas Direitos Humanos, Camila Assano, tem perdido cada vez mais com a instauração da intolerância.

“Nós temos visto no Brasil a intolerância chegar a ponto de violência, de violência física, e isso é totalmente inadmissível numa sociedade que se entende como livre e justa”, destaca Assano, que lista como um dos principais desafios para as campanhas eleitorais, a desconstrução da cultura de ódio por todas as forças do jogo político democrático.

Para tentar contornar esse problema, o especialista em políticas públicas Renato Barreto, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), defende que a proposta do Pacto pela Democracia, que reúne e adere a diversas vozes políticas, organizações e cidadãos, é fundamental para elevar o debate sobre representação que atenda múltiplas vozes.

“Apesar de muitas vezes terem pautas diversas e muitas até conflitantes, todos acreditam que são necessários espaços para dialogar, colocar as pautas de forma transparente, aberta e respeitosa com novas perspectivas de atuação para médio e longo prazo”, garante o especialista do Idec.

No entanto, Américo Sampaio, gestor de projetos da Rede Nossa São Paulo, relembra que há ainda mais fatores que podem colocar em risco o processo democrático nas eleições deste ano, como a politização do Judiciário, os candidatos com propostas de governo e de saídas para a crise brasileira que não dialogam com valores democráticos, além do papel das redes sociais e sobretudo das fake news.

“Infelizmente nós estamos nos aproximando também de um risco que é o risco da perda de democracia”, finaliza Sampaio.

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