Defesa População

Comissão da Câmara debate violência contra quilombolas, indígenas e agricultores

A articulação entre os interesses capitais com as instituições públicas tem promovido cada vez mais o cerceamento da liberdade dos defensores de direitos humanos, que pedem a investigação e o fim dos homicídios

TVT/Reprodução

Audiência teve como foco violência sobre defensores de populações historicamente vítimas de conflitos no campo

São Paulo – A perseguição e a violência contra o ativismo dos defensores de agricultores, quilombolas e indígenas, foi tema em audiência realizada ontem (14), na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, na Câmara dos Deputados. As entidades presentes denunciaram na reunião que as ações contra as lideranças que defendem os direitos dessas populações contam com a participação do Estado, seja pela falta de investigação dos casos de violência, como pela ausência de propostas políticas que atendam às demandas do campo.

Quem aponta também essa situação, é o coordenador da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Dinamam Tuxa, que explica que os incentivos ao desenvolvimento do país, não vêm acrescidos de uma preocupação social com os povos que têm constantemente seus direitos violados, principalmente pelo governo de Michel Temer.

“A política de desenvolvimento implantada também pelo governo atual vem de afronta aos interesses dos povos indígenas, e com isso houve um acirramento na disputa territorial com os avanços do agronegócio, da mineração e das políticas públicas negativas dentro das terras indígenas”, analisa Tuxa.

De acordo com a APIB, 52% dos responsáveis pela violência contra os atuantes pela defesa dos direitos humanos em conflitos no campo, são praticadas por agentes privados. Mas, 48% das ações de violência são promovidas pelos próprios agentes públicos, como policiais ou representantes do judiciário.

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