São Paulo

Prefeitura anuncia força-tarefa para verificar condições de prédios ocupados

De acordo com o prefeito Bruno Covas (PSDB), um grupo de trabalho será criado para verificar ocupações na cidade. Movimentos de luta por moradia devem integrar equipes

HELOISA BALLARINI/SECOM

Ação da prefeitura veio após tragédia em ocupação na terça-feira

São Paulo –  Após o incêndio que destruiu, na madrugada da terça-feira (1º) um prédio ocupado no centro da capital, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou hoje (2) a criação de uma força-tarefa para avaliar a situação dos prédios ocupados por movimentos de luta por moradia na cidade. O grupo, de acordo com o prefeito, será composto de técnicos e membros de movimentos sociais.

“Até segunda-feira (7), vamos validar os critérios para avaliar os níveis de criticidade com especialistas da prefeitura, de universidades e também com movimentos de moradia. Queremos dar autenticidade aos critérios, com a sociedade participando dessa elaboração. Temos engenheiros, grupos de mediação de conflitos da Secretaria de Habitação, técnicos da Secretaria de Direitos Humanos e de Desenvolvimento Social. Queremos movimentos de moradia nesses grupos”, disse.

Os movimentos que devem ser chamados para esse trabalho serão por volta de 20, e ficarão de fora aqueles que não possuem ocupações em prédios na cidade, caso do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST). Quem explicou este ponto foi o secretário da Habitação, Fernando Chucre. “Estamos falando de movimentos que têm essas ocupações. Lembramos que existem grandes movimentos que ocupam terrenos e estes não serão convidados.”

“Queremos que os movimentos nos ajudem a entrar nesses espaços para o levantamento. São 70 prédios com, aproximadamente, 5.500 famílias, de acordo com os números mais recentes da Habitação”, afirmou Bruno Covas.

Os números da tragédia de terça-feira ainda são incertos. De acordo com a prefeitura, eram 171 famílias cadastradas na ocupação, que ficava no Largo do Paissandu. Até agora, 47 se apresentaram à prefeitura. Segundo o secretário de Habitação, os números serão difíceis de ser completamente checados. Uma das razões apresentadas foi a presença de imigrantes em situação irregular que, mesmo fora do prédio, não se apresentariam ao poder público.

Questionado sobre o descaso da prefeitura com a ocupação que já apresentava problemas estruturais em laudos anteriores, Covas contestou. “Se o que tivesse feito fosse suficiente, não teria acontecido. Mas não é verdade que nada foi feito. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Não conseguimos conter o ocorrido de ontem, mas não confunda. Não sei avaliar se a prefeitura errou.”

 

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