Produção própria

Terceira edição da feira da reforma agrária será em maio em São Paulo

Após sucesso das edições anteriores, MST organiza novo evento, no Parque da Água Branca, zona oeste da capital paulista

divulgação;mst

Evento do MST será realizado de 3 a 6 de maio, trazendo a produção de vários pontos do país

São Paulo – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) prepara a terceira edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, que será realizada no início de maio. Após o êxito sucesso das edições anteriores, o local da feira segue o mesmo, o Parque da Água Branca, na zona oeste da capital paulista. Amanhã (6), o MST realiza um ato político e cultural em sua loja, Armazém do Campo, no bairro de Campos Elíseos, na região central, para marcar o início da organização do evento.

“A 3ª Feira Nacional da Reforma Agrária traz o tema dos alimentos saudáveis e do combate aos agrotóxicos na agricultura para o coração do maior centro urbano do país”, afirma o diretor nacional do MST Milton Fornazieri, que participa da organização da feira. O evento ocorre em menos de um mês, entre 3 e 6 de maio. Para o movimento, além de trazer comida orgânica de qualidade por preços justos, o objetivo é dialogar com a sociedade sobre a importância da reforma agrária como meio de produção agrícola sustentável.

O ato de abertura começa às 18h e deve trazer para o Armazém do Campo artistas e lideranças para promover debates. “O lançamento tenta trabalhar com as pessoas mais próximas e todos que queiram participar um pouco da expectativa da feira. Estamos preparando já a feira e queremos dialogar com a população sobre os resultados da reforma agrária. Não somente os resultados produtivos, claro que teremos os produtos vindos de norte a sul do Brasil, os alimentos que produzimos em nossos assentamentos, mas também vivenciar a cultura popular de todo o país”, disse Fornazieri à Rádio Brasil Atual.

Na edição anterior da feira, mais de 150 mil pessoas passaram pelo Parque da Água Branca e puderam prestigiar shows de artistas como Chico César, além de mesas de debates, por onde também passaram nomes da política, como o ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica, atual senador. “A terra não pode ser calvário de pobreza, mas meio de libertação”, disse Mujica na ocasião.

Fornazieri também vê a importância da feira no contraponto às narrativas de parte da mídia corporativa que constroem a imagem do MST de forma negativa diariamente. “A feira mostra o outro lado da reforma agrária, não o lado da grande imprensa, o lado que só vê ocupação de terras como fato negativo. Ocupação de terras é necessário porque sem terras você não produz, não mora, não vive. A sociedade tem que esperar que nós possamos produzir alimentos e é o que estamos fazendo, produzindo alimentos saudáveis.”

“Temos a preocupação de que nossa produção não pode seguir o modelo que o agronegócio impõe para o Brasil”, diz sobre a alta quantidade de venenos utilizados pela grande indústria agrária. “Mais de cinco litros de veneno está na mesa do brasileiro por ano. A agroecologia é nossa forma de propor algo diferente e sustentável. Temos experiências interessantes e de grandes volumes, como o arroz agroecológico no Rio Grande do Sul (…) Lá são colhidos mais de 530 mil sacas por safra e neste ano vamos ter uma ótima safra. Temos outros produtos de menor impacto ainda, como café orgânico no sul de Minas Gerais, que tem uma repercussão muito boa.”

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Ouça a entrevista de Milton Fornazieri para a Rádio Brasil Atual:

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