crime de ódio

Advogados pedem ao MP para investigar ameaças ao padre Julio Lancelloti

Pároco chegou a divulgar na internet o relato de um morador de rua contando ter sido ameaçado por policiais militares

REPRODUÇÃO/FACEBOOK

Padre Julio Lancellotti é referência na defesa dos direitos da população de rua da cidade de São Paulo

São Paulo – Advogados e entidades de direitos humanos entraram com uma representação no Ministério Público de São Paulo (MP-SP), na última terça-feira (20), solicitando a investigação sobre ataques sofridas pelo padre Julio Lancellotti, que tem sido alvo de mensagens de ódio e ameaças de morte. Os ataques são motivados pelo aumento de população de rua na região da Mooca, zona leste da capital. O padre é referência na defesa dos direitos das pessoas em situação de rua em são Paulo. Para os advogados, falta sensibilidade para os moradores do bairro.

“O posicionamento dessa parcela da população tem se mostrado demasiadamente violento em manifestações no âmbito de redes sociais e cresce a preocupação com a integridade física tanto dos moradores em situação de rua, como dos que dispensam especial cuidado a essas pessoas, como é o caso do padre Julio Lancellotti”, diz a ação.

Os advogados e os signatários da representação pedem investigações por meio da instauração de inquérito policial, e que seja requisitado e acompanhado pelo Ministério Público, que resulte na identificação e responsabilização dos autores das ameaças.

De acordo com o advogado Ariel de Castro Alves, do Conselho Estadual dos Direitos Humanos de São Paulo (Condepe), os promotores devem encaminhar a representação à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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Detalhe do pedido feito ao MP para investigar ameaças a Lancelotti

A representação é assinada por cerca de 250 pessoas e entidades, entre elas a compositora e cantora Ana de Hollanda, o professor da Unicamp Wagner Romão, o vereador Toninho Vespoli (Psol-SP), deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), além dos institutos Uneafro, Geledés e o Intervozes.

No próximo domingo (25), às 9h, será realizado um ato em solidariedade ao padre, por ruas do bairro da Moóca.

“Em repúdio a essas ofensas e ameaças, demonstraremos nosso apoio ao padre caminhando pelo bairro da Moóca e exigindo respeito e compaixão por todas as pessoas, independentemente de sua condição social, gênero ou raça”, diz a convocação.

 

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