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Motoristas ocupam sede da Secretaria de Educação de Doria

Ação de cerca de 400 motoristas começou durante a manhã e foi em protesto aos cortes promovidos pela gestão do prefeito no Transporte Escolar Gratuito (TEG)

marcelo camargo / abr

Vans do TEG: alunos da rede municipal estão sendo comunicados que devem mudar de escola

São Paulo – Motoristas do Transporte Escolar Gratuito (TEG), que atendem estudantes da rede municipal de ensino em São Paulo, ocuparam hoje (17) a sede da Secretaria Municipal de Educação, na Vila Mariana, zona sul da cidade. A ação dos cerca de 400 motoristas começou durante a manhã e foi realizada em protesto contra os cortes promovidos pela gestão do prefeito João Doria (PSDB) no serviço.

Segundo os motoristas, desde o fim do ano passado familiares de alunos da rede municipal estão sendo comunicados que devem mudar seus filhos de escola ou ficarão sem transporte escolar gratuito em 2018. A mudança para um local mais próximo à residência do estudante, no entanto, não é garantida nem pela própria secretaria.

De acordo com comunicado da gestão Doria, a transferência será feita se houver vaga, mas não foi dada qualquer garantia de que os estudantes vão ter o transporte escolar no próximo ano mesmo assim. “Ou seja, alunos sem escola, famílias sem transporte e condutores e monitores escolares sem emprego”, afirmaram em nota os motoristas.

Apesar de mobilizados e buscando diálogo com a prefeitura, os motoristas escolares denunciam que se por um lado as escolas estão retendo forçosamente a demanda pelo transporte escolar, por outro a Secretaria de Educação tem sucessivamente enganado a categoria e, consequentemente, a sociedade paulistana.

“A Secretaria foi procurada diversas vezes. O grupo organizado de condutores apresentou uma proposta adequando a demanda ao orçamento do município, mas sequer foi respondido. A secretaria prometeu uma resposta até o dia 20 de dezembro. A resposta não veio. Eles disseram que soltariam uma portaria regulamentando o transporte no dia 10 de janeiro. A portaria foi divulgada somente ontem (16) e completamente sem considerar o direito à educação das crianças e o direito ao trabalho dos condutores e monitores”, denunciaram  condutores que participam da ocupação.

Conforme informações extraoficiais obtidas pelos condutores, a expectativa é de que pelo menos 2 mil pessoas fiquem sem trabalho. A portaria anunciada prevê que seja feita uma seleção por meio de sorteio. Segundo os condutores, a escolha será realizada por meio da placa de seus carros, sem considerar, por exemplo, seu histórico de trabalho ou mesmo o tempo que presta serviços ao TEG da prefeitura de São Paulo.

Além disso, segundo os condutores, o sorteio não considera também nem o tamanho e nem a capacidade dos carros que atendem os alunos da rede municipal. No grupo, há profissionais que prestam serviço para a prefeitura desde 2002.

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