Gestão Doria

Nova licitação do transporte reduz número de ônibus e extingue 149 linhas

Edital está em consulta pública por 45 dias a partir de hoje. Nova organização do sistema em São Paulo prevê mais integrações para realizar a viagem e prefeitura promete aumento da oferta de lugares

Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress

Gestão Doria defende que novo modelo vai oferecer mais lugares e reduzir o tempo de viagem em até 5%

São Paulo – Entre as propostas do edital de licitação do sistema de transporte coletivo da capital paulista, a gestão do prefeito João Doria (PSDB) pretende extinguir mais 149 linhas e cortar outras 134, além das 80 que foram alteradas este ano. Além disso, o número total de coletivos será reduzido, com ampliação do processo de troncalização e mais integrações para realizar a viagem.

A prefeitura abriu hoje (21) a consulta pública do edital. O processo vai durar 45 dias, mas as sugestões terão de ser encaminhadas apenas à Comissão Especial de Licitação, presencialmente ou por e-mail. Não estão previstas audiências públicas.

O edital indica uma possível redução no tempo de espera dos coletivos de 5% com a troncalização, o que deve resultar em poucos minutos de diferença na prática. Nesse sistema, linhas locais partem dos bairros para terminais ou estações de transferência, onde a população faz baldeação para ônibus maiores que fazem o trajeto para regiões centrais, preferencialmente por meio de corredores. No entanto, não há previsão de construção de novos corredores na gestão Doria. Este ano, a ação foi totalmente paralisada – e o orçamento de 2018 não prevê investimento significativo.

O edital prevê a inserção de veículos maiores no sistema, com aumento do número de lugares disponíveis. Assim, o total de coletivos deve cair dos atuais 13.603 para 12.667. Mas a oferta de lugares vai subir em 100 mil assentos, de 1 milhão para 1,1 milhão. A cobertura da rede de transporte também deve subir, de 4.680 para 5.100 quilômetros. Tanto estas medidas como a redução do número de linhas devem ser realizadas em até três anos após a assinatura dos contratos.

A nova rede será subdividida em três subsistemas e 29 contratos de operação. Hoje são dois subsistemas e 22 contratos. A cidade terá o subsistema estrutural, que ligará os bairros ao centro; o subsistema de articulação regional, ligando os bairros a terminais ou estações de transferência, onde o passageiro fará baldeação para linhas de maior capacidade; e o subsistema de distribuição, circulando nos bairros. Será extinto o sistema de cooperativas.

No caso da remuneração, a proposta prevê um modelo de pagamento composto de remuneração básica por custo do serviço realizado, mais uma avaliação de satisfação do usuário. Também serão contabilizados critérios de segurança operacional, antecipação de utilização de energia limpa, redução de acidentes, demanda transportada e um bônus por produtividade econômica. Os novos veículos que ingressarem no sistema deverão ter ar-condicionado, entradas USB e Wi-Fi, acessibilidade, GPS, vigilância, tecnologias menos poluentes, bloqueio de portas, limitador de velocidade e sistema de movimentação vertical da suspensão.

A proposta é que a vigência dos contratos seja de 20 anos, com custo de R$ 7,8 bilhões por ano, redução de apenas 2,5% no custo do sistema frente aos atuais R$ 8 bilhões. Além disso, o novo modelo não deve alterar a tarifa paga pelos usuários, para a qual já há previsão de aumento para o próximo ano, de R$ 3,80 para um valor em torno de R$ 4,40.

 

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