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Indígenas guaranis sofrem com ataques de pistoleiros em Santa Catarina

Mãe de liderança teve o braço decepado. Área da aldeia, em Palhoças, é alvo da especulação imobiliária

CARLOS KILIAN/ALESC

Durante audiência na Câmara Municipal de Palhoça, Eunice disse que os indígenas foram ameaçados por vereador do DEM

São Paulo – As aldeias indígenas Tekoá Itaty, Tekoá Yaka Porã e o Centro de Formação Tataendy Rupa, no Morro dos Cavalos, em Palhoça (SC), têm sido alvos de diversos ataques desde o início de novembro. No começo do mês, Ivete de Souza, mãe da líder indígena Eunice Antunes, foi atacada brutalmente e teve a mão decepada.

Ela sofreu vários cortes na cabeça com um facão e teve a mão decepada. Ela está internada, mas não corre risco”, relata Eunice, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual, nesta terça-feira (21).

Eunice afirma que parte do clima de violência é responsabilidade do próprio poder público, principalmente da Câmara Municipal de Palhoça, por parte do vereador Nirdo Artur Luz (DEM), o Pitanta. “Ele chamou a gente para uma audiência pública, mas ela foi uma incitação à violência contra nós. Antes de acontecer o ataque contra minha mãe, o vereador fez um pronunciamento muito assustador.”

Por se próximo de uma região de praias, o território indígena está na mira da especulação imobiliária. “A gente soube que havia um projeto de hotel resort bem no Morro dos Cavalos, pois aqui tem uma visão muito bonita”, conta.

Alvos de tiroteio durante as madrugadas, os indígenas não contam com suporte dos órgãos públicos. “A gente teve uma reunião com o pessoal do Ministério Público e da Polícia Federal para que houvesse mais proteção para nós. Mas aí colocaram muita burocracia e até hoje estamos sem resposta. A gente tem pedido para os apoiadores venham ajudar na vigília nos finais de semana”, conclui.

Ouça a entrevista:

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