desigualdade

Alckmin corta R$ 113 milhões em ações de redução da pobreza no orçamento de 2018

Cortes chegam a 20% do total orçado para este ano, quando o montante de verbas foi de R$ 548,7 milhões

Aloisio Mauricio/Fotoarena/Folhapress

Alckmin propôs orçamento com corte de verbas em programas voltados para a população mais pobre

São Paulo – O governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), quer diminuir em 20,65% o orçamento das ações de combate à fome e redução da pobreza no estado de São Paulo. Na proposta de lei orçamentária para 2018, os recursos previstos são da ordem de R$ 435,3 milhões. Em 2017, estavam orçados R$ 548,7 milhões. Assim, o governo Alckmin promove um corte de R$ 113,3 milhões na área, colocando em risco programas que atendem à população em situação de extrema pobreza, crianças, adolescentes e idosos.

Segundo dados do orçamento estadual, entre 2014 e 2017 o Programa Renda Cidadã teve perdas de 22% dos recursos e reduziu em quase 30% o número de famílias atendidas, caindo de 222 mil para 156 mil. Os demais programas da área – Renda Cidadã, Renda Cidadã – Idoso, Ação Jovem e Vivaleite – também vão sofrer cortes no próximo ano, além dos que já vinham sendo realizados anteriormente.

O Renda Cidadã vai ter nova redução de 35,5% em 2018. Neste ano, foram destinados R$ 156,9 milhões para compor esse benefício. No ano que vem, o montante de recursos será de R$ 101,2 milhões, diminuição de R$ 55,7 milhões.

Da mesma forma, o Renda Cidadã – Idoso será reduzido em 34,75%; o Ação Jovem cairá 28,04%; e o Vivaleite, terá redução de 7,44%. Dados do Ministério do Desenvolvimento Social, de 2015, apontavam que São Paulo é o segundo estado do país em número de beneficiários do Programa Bolsa Família. 

“Essa é mais uma prova nítida de que o governo Alckmin não gosta de pobres e não prioriza a área social”, criticou o deputado estadual Alencar Santana Braga (PT). Para ele, o governo paulista apenas segue a cartilha do governo de Michel Temer, executando cortes orçamentários que prejudicam a população mais pobre.

“Se o governo fosse eficiente, poderia melhorar a gestão e fazer significativas economias em várias áreas. Mas não, prefere uma medida desmana, que vai acentuar as desigualdades, ainda mais em tempos de crise e desemprego alto”, concluiu. 

 

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