Escracho

Protesto na Vale marca os dois anos da tragédia de Mariana

Manifestantes do MAB foram até o escritório da mineradora, na zona sul do Rio, para lembrar da impunidade do caso e dos impactos duradouros da lama da Samarco na vida das populações e no meio ambiente

Com cruzes, manifestantes lembraram das 19 vítimas fatais dos crimes de Mariana em frente ao escritório da Vale

São Paulo – Centenas de pessoas se reuniram na manhã desta segunda-feira (2) em frente escritório da mineradora Vale, no Rio de Janeiro, em protesto que marca os dois anos da tragédia de Mariana, quando a barragem do Fundão, operada pela Samarco (subsidiária da Vale e da BHP Billinton) se rompeu,  arrasando com o distrito de Bento Rodrigues, em Minas Gerais, e invadindo com lama a Bacia do rio Doce. 

Portando cruzes, cartazes e bandeiras, os manifestantes, que fazem parte do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), denunciam a impunidade dos envolvidos e cobram reparação pelos danos irreparáveis às pessoas e ao meio ambiente, em decorrência deste que é considerado o maior crime socioambiental do mundo. “A gente está perdendo a nossa saúde por causa da água”, diz uma das manifestantes.

“Entre acordos, decisões judiciais, criação de empresas e programas, a sensação é estarmos sendo deixados de lado. Enquanto os grandes decidem nossa vida por nós, estamos sofrendo com os rastros da lama”, afirma Simone Silva, então moradora da Barra Longa, também arrasado pelo rompimento da barragem. 

O protesto contra a Vale faz parte das atividades do 8° Encontro Nacional do MAB, que reúne cerca de 4 mil atingidos de todo o Brasil e representantes de 20 países, até a próxima quinta-feira (5), no Terreirão do Samba, na capital fluminense. 

Segundo estimativas do MAB, são mais de um milhão de pessoas, nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, que ainda sofrem com a contaminação da água, com riscos desconhecidos à saúde da população e que também inviabiliza o cultivo. 

“A Vale prega em anúncios publicitários o compromisso com prosperidade e sustentabilidade, mas na verdade é uma empresa criminosa, que mata rio e mata gente. Só quer obter o lucro  mesmo que custe a destruição da vida de pessoas e da natureza”, afirma a coordenação do movimento. 

No domingo (1º), uma missa foi celebrada no catedral do Santuário de Aparecida, no interior de São Paulo, em memória das 19 pessoas que morreram vítimas da tragédia de Mariana.

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