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Brasil é 2º menor pagador de propina na América Latina, diz Transparência

Dados divulgados pela ONG Transparência Internacional, brasileiros ficam apenas atrás de Trinidad e Tobago no quesito subornar agentes públicos

MARCOS SANTOS/USP IMAGENS

Segundo os dados, 11% dos brasileiros assumiram ter subornado agentes públicos para conseguir serviços

São Paulo – Na contramão do imaginário popular de que o Brasil é o campeão de corrupção, uma pesquisa divulgada pela ONG Transparência Internacional aponta que o brasileiro é um dos que menos pagam propina para ter acesso a serviços públicos na América Latina e no Caribe, ficando apenas atrás de Trinidad e Tobago. 

O levantamento ouviu mais de 22 mil pessoas em 20 países entre maio e dezembro de 2016. Antes, portanto, da divulgação dos áudios dos empresários da JBS comprometendo o presidente Michel Temer, seus ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco e o senador Aécio Neves – para ficar em alguns casos brasileiros de forte impacto no imaginário social.

Segundo os dados, 11% dos brasileiros assumiram ter subornado agentes públicos para conseguir serviços, como saúde, educação, emissão de documentos ou ajuda da polícia. Já o México teve o maior índice: 51% dos mexicanos admitiram pagamento de propina. 

Políticos e policiais ocupam o topo do ranking dos que são considerados os mais corruptos, com 47%. Em seguida aparecem oficiais do governo, gabinetes presidenciais ou de primeiros ministros.

A pesquisa traz outros aspectos positivos para o Brasil: 83% dos entrevistados acreditam que pessoas comuns podem fazer a diferença no combate à corrupção, é o maior percentual da pesquisa. Além disso, 81% dos brasileiros disseram que denunciariam um ato de corrupção se presenciassem. O percentual só fica abaixo do Uruguai e da Costa Rica.

Por outro lado, 78% dos brasileiros disseram que aumentou a corrupção no Brasil, nos 12 meses anteriores à pesquisa. Já 14% acreditam que ela se manteve e 2% que reduziu muito. 

Na América Latina, os dados são parecidos: 62% também acredita que a corrupção cresceu, 25% permaneceu a mesma e 10% acreditam que diminuiu.

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