Direito à moradia

Ocupação em São Bernardo cresce e MTST quer intermediação da prefeitura

Guarda Civil Metropolitana segue dificultando a entrada de alimentos. 'Queremos mostrar que a reivindicação é legítima, são pessoas que precisam de moradia', diz coordenador do movimento

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Cerca de seis mil famílias promovem enorme ocupação em São Bernardo do Campo

São Paulo – Dez dias após o início da ocupação Povo Sem Medo de São Bernardo do Campo, promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a ação “cresceu bastante”, segundo o coordenador do movimento Josué Rocha. Agora, são cerca de seis mil famílias reunidas numa área de 60 mil metros quadrados que nunca foi utilizada. Segundo Josué Rocha, a cidade de São Bernardo tem o maior déficit habitacional do ABC, na região metropolitana de São Paulo.

“Seguimos enfrentando muita pressão da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que segue dificultando a entrada de água e alimentos na ocupação”, afirma o coordenador do MTST. A empresa proprietária do terreno, MZM Incorporação, já entrou com pedido de reintegração de posse, que chegou às mãos dos líderes do movimento na última quarta-feira (6). O movimento, entretanto, está questionando o pedido na Justiça e, até o momento, não há nenhuma data prevista para qualquer ação de reintegração.

Com o objetivo de solicitar à prefeitura que atue como intermediadora entre o movimento e a empresa dona do terreno, para que ao menos parte da área seja destinada à moradia, o MTST fará amanhã, a partir das 14h, uma passeata até a sede do Executivo municipal. “No momento seguimos sendo tratados como caso de polícia e não como uma questão de moradia. Queremos mostrar que a reivindicação é legítima, são pessoas que precisam de moradia”, explica Josué Rocha.

Segundo ele, parte do déficit habitacional de São Bernardo do Campo deve-se à localização da cidade, próxima ao Parque Estadual da Serra do Mar. “Tem poucos terrenos disponíveis, porque a maior parte da cidade está em área de mananciais, o que impede construções. Então, um dos maiores terrenos da cidade está sem uso, apenas esperando valorização para uma utilização futura que, com certeza, não será para moradias populares”, disse à RBA.

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