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Ação do Exército no Rio é ‘insuficiente e ineficaz’, defende OAB

Ministro da Defesa, Raul Jungmann, envia 950 homens das Forças Armadas e dez blindados para cerco a criminosos na Rocinha, ação que não produz resultados, segundo a entidade de advogados

Fernando Frazão/Agência Brasil

Jungmann e Pezão: ação com Exército sem um plano de segurança efetivo, discutido com a população

São Paulo – Depois de uma manhã tensa em que criminosos e policiais militares trocaram tiros na favela da Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou em sua conta no Twitter que 950 homens das Forças Armadas e dez blindados participarão do cerco a criminosos durante esta tarde (22). Mais cedo, o ministro havia dito, em entrevista coletiva, que 700 militares do Exército participariam da ação.

A comunidade da Rocinha, a maior do Rio de Janeiro, é alvo de operações diárias da Polícia Militar desde o último domingo (17), quando houve confrontos entre grupos criminosos rivais pelo controle de pontos de venda de drogas na comunidade.

A ação do governo federal em apoio à Polícia Militar, no entanto, não garante a solução do problema. É o que acredita a OAB/RJ, que em nota divulgada hoje desqualifica a ação do governo federal. “A escalada da violência no Rio é consequência direta da inexistência de um Plano de Segurança Pública no estado e da insistência em soluções provisórias, que tentam apenas apagar incêndios, sem qualquer coordenação, apoiando-se na convocação eventual das Forças Armadas, algo que tem se mostrado insuficiente e ineficaz”, afirmou na nota o presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz.

Segundo Santa Cruz, a solução passaria pela apresentação de um novo plano com propostas efetivas para a segurança pública. “O estado deve abrir canais para que a sociedade possa debater e participar abertamente da construção de soluções que tenham alto grau de legitimidade. O momento exige um verdadeiro pacto nacional”, afirma.

O comandante da 1ª Divisão do Exército, general Mauro Sinott, informou – após reunião com o secretário de Segurança do estado do Rio de Janeiro, Roberto Sá – que as Forças Armadas ajudarão também no controle do trânsito das ruas do entorno e no tráfego aéreo sobre o morro da zona sul da cidade. “[Vamos atuar] a fim de liberar os contingentes de polícia para ações mais específicas de polícia”, disse o general.

O pedido para que o Exército participasse da operação foi feito pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão. Os militares fazem parte do efetivo do Comando do Militar Leste, que dispõe de cerca de 30 mil homens no Rio de Janeiro. Jungmann anunciou a participação das Forças Armadas no cerco após reunião com o presidente Michel Temer no Palácio do Planalto.

O primeiro contingente de homens da Forças Armadas no cerco à Rocinha chegou exatamente às 16h10 na comunidade. Cerca de 150 soldados do Exército e da Aeronáutica entraram na parte baixa da comunidade junto ao túnel Zuzu Angel. Eles foram acompanhados por policiais militares e alguns grupos se espalharam pelas principais ruas da localidade, no interior da favela.

Com informações da Agência Brasil

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