perseguição

Jornalista perde ação contra Ali Kamel e abre campanha para arrecadar fundos

Para pagar indenização ao diretor de jornalismo da Rede Globo, onde era editor, Marco Aurélio Mello tenta levantar R$ 48 mil por meio de colaboração coletiva

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Ex-editor-chefe do ‘Jornal Nacional’ denunciou imparcialidade da Rede Globo durante as eleições de 2006

São Paulo – O jornalista Marco Aurélio Mello iniciou uma campanha de financiamento coletivo e arrecadar fundos para pagar uma indenização de R$ 48 mil ao diretor-geral de Jornalismo da Rede Globo de Televisão, Ali Ahmad Kamel Harfouche. Mello diz ser perseguido por Kamel, que o acusa de denunciar os abusos e imparcialidades da Globo.

Dias atrás, Mello anunciou que estava sendo processado por Kamel por um texto em que fez críticas ao antigo chefe e ao jornalismo da Globo. Este é o segundo processo movido contra o jornalista pelo chefe.

“Um eu ganhei e ele recorre. No outro, o Superior Tribunal de Justiça acaba de me condenar a pagar uma indenização de mais de 40 mil reais! A estratégia é esta, silenciar seus opositores pelo bolso. Sou assalariado e advogados custam muito. Estou aqui apelando para parentes, amigos e todos aqueles que consideram minha causa justa”, diz o jornalista, em nota, processado por um texto publicado em seu blog DoLadoDeLá.

Marco Aurélio trabalhou durante 12 anos na Rede Globo e foi editor de Economia do Jornal Nacional. Ele conta que foi perseguido e demitido, em 2007, após fazer parte do grupo de jornalistas que se recusou a firmar abaixo-assinado que circulou na emissora em defesa da conduta do jornalismo global nas eleições presidenciais de 2006. Segundo ele, a Globo “fez de tudo” para derrotar Lula naquele ano.

A campanha tem como objetivo arrecadar os R$ 48 mil e encerra no dia 4 de agosto deste ano. Até o momento, um pouco mais de R$ 13 mil já foi recolhido. Toda a verba será destinada à indenização. Clique aqui e saiba como ajudar.

Leia a nota escrita pelo jornalista:

A Globo é nefasta, seu jornalismo manipula a opinião pública e ela persegue funcionários e ex-funcionários. Sou vítima disso. Trabalhei lá por 12 anos como editor.

Vi de perto como são tomadas as decisões. Como as notícias são preparadas e como muitas são escondidas.

Nas eleições de 2006, por exemplo, eles fizeram de tudo para derrotar Lula e não conseguiram. Em 2010 foi a vez de Dilma. Quem não se lembra do episódio da “bolinha de papel”?

Por não concordar e denunciar tantos abusos fui perseguido quando estava lá dentro, demitido sem justa causa e depois processado pelo número 1 do jornalismo, que tenta calar todos aqueles que o criticam.

Foi assim com Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Rodrigo Vianna, Miguel do Rosário e vários outros.

Veja o que disse o jornalista Paulo Nogueira em 2014.

No meu caso, fui condenado por um texto de ficção. Sim, ficção! São dois processos. Um eu ganhei e ele recorre. No outro, o Superior Tribunal de Justiça acaba de me condenar a pagar uma indenização de mais de 40 mil reais!

A estratégia é esta, silenciar seus opositores pelo bolso. Sou assalariado e advogados custam muito. Estou aqui apelando para parentes, amigos e todos aqueles que consideram minha causa justa.

É muito difícil pedir. Pedir nos deixa vulneráveis, mas sei que muita gente já percebeu que eles têm lado e não é o nosso lado, o lado dos trabalhadores, das pessoas mais simples, daqueles que querem um país menos desigual, mais solidário e fraterno.

Você pode contribuir com quanto quiser. Qualquer valor, por menor que seja, é muito para mim, porque será somado ao de muitos outros.

Não vou desistir de lutar, mas para isso preciso sim de ajuda. Vou continuar produzindo e compartilhando conteúdo de graça na rede, como sempre fiz.

E tenho certeza de que cedo ou tarde este império vai acabar.