Periferia de SP

Na Brasilândia, comunidade sai em bloco contra Temer, Doria e ataques aos direitos

Bloco em Brasa, criado por alunos que ocuparam escolas contra a reorganização de Alckmin, desfila pelo segundo ano para conscientizar moradores do bairro sobre retrocessos

Bloco em Brasa foi criado ano passado, por secundaristas da região que ocuparam escolas contra a reorganização <span>(Flavia Bischain)</span>Bloco em Brasa foi criado ano passado, por secundaristas da região que ocuparam escolas contra a reorganização <span></span>Bloco em Brasa foi criado ano passado, por secundaristas da região que ocuparam escolas contra a reorganização <span></span>

São Paulo – O Bloco em Brasa, da Brasilândia, desfilou na tarde de hoje (26) contra o avanço de projetos que ameaçam direitos dos brasileiros. É o caso das mudanças propostas pelo governo de Michel Temer para a Previdência Social, dificultando o acesso à aposentadoria, e a “reforma” do ensino médio.

“Aqui a gente pula com o sorriso, com a alegria nos olhos. Todos podem, não é preciso ter o colete da ‘Skol’ para poder entrar. É uma comemoração política. Fora Doria! Fora Temer e todos eles”, diz Kelton Campos, que concluiu o ensino médio na Escola Estadual Martin Egídio Damy. 

Com camisetas confeccionadas e doadas por lideranças da própria comunidade, o bloco percorreu ruas do bairro localizado na periferia da zona norte da capital paulista. “As pessoas saíam nas janelas, nas varandas, e aplaudiam a passagem do bloco. Elas estão indignadas com tantos ataques aos seus direitos essa gestão do prefeito João Doria”, conta a professora de Sociologia do Damy, Flávia Bischain. 

Este é o segundo ano do bloco. “O Bloco em Brasa foi criado em 2016, logo após a desocupação das escolas, e tem esse caráter de conscientizar os moradores de maneira divertida e irreverente. Os compositores das marchinhas estão entre os que ocuparam. Este é mais um resultado positivo das ocupações das escolas contra a reorganização, que despertou nos estudantes a consciência política e cidadã”, completa Flávia.

No final de novembro de 2015, estudantes ocuparam 213 escolas contra a proposta de reorganização da rede de Geraldo Alckmin (PSDB). O governador recuou, demitiu o secretário da Educação Herman Voorwald, mas passou a fechar turmas em diversas escolas em todo o estado.

A princípio, os estudantes pensaram em fazer do repúdio às mudanças em curso nas regras da Previdência o principal tema do desfile. No entanto, durante os ensaios, decidiram ampliar a temática – o que foi trabalhado também nas conversas com a população que acompanhou o desfile.

Professora de História da escola de ensino fundamental do CEU Paz, na porção mais afastada da Brasilândia, Ariana Matos Gonçalves também desfilou no Bloco em Brasa.

“O desfile é muito importante como manifestação cidadã, consciente, ainda mais em regiões distantes, periféricas”, conta a professora, que tem um trabalho de incentivo à participação estudantil também por meio da formação de grêmios.

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