Memória de São Paulo

Após morte violenta, Ruas torna-se nome preferencial para logradouros na cidade

Ambulante assassinado na região central é um dos que serão lembrados preferencialmente nas próximas nomeações. Ele passou a integrar banco de referência em direitos humanos

arquivo pessoal / reprodução

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São Paulo – O nome do ambulante Luiz Carlos Ruas, assassinado no último domingo (25) na região central de São Paulo, passou a integrar o chamado Banco de Referências em Direitos Humanos e tornou-se preferencial para futuras alterações de denominação de logradouros e equipamentos públicos. Ele fez parte de uma lista de dezenas de nomes incluídos na Portaria 159 da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, publicada na edição de hoje (28) do Diário Oficial da Cidade de São Paulo.

A relação faz parte do Programa Ruas de Memória, criado este ano pela prefeitura paulistana. O projeto prevê mudança progressiva de nomes de logradouros para homenagear “pessoas, datas ou fatos” relacionados a violações dos direitos humanos ou à defesa desses princípios.

A portaria relaciona mais de 80 nomes que deverão ser usados preferencialmente, divididos por temas: igualdade de gênero, igualdade racial, população LGBT, criança e adolescente, políticas de álcool e drogas, juventude, memória e verdade, direito à cidade, população em situação de rua, imigrantes, trabalho decente, pessoa com deficiência e mobilidade reduzida, educação em direitos humanos e cultura.

Estão ali, entre outros, nomes como a da travesti Brenda Lee, fundadora da casa de mesmo nome, o estudante Douglas Rodrigues, assassinado por um policial, Laudelina Campos Melo (fundadora do primeiro sindicato de empregas domésticas), Ruth Pistori (uma das fundadoras da Pastoral do Menor), Dom Paulo Evaristo Arns e Zilda Arns, os músicos Geraldo Filme, Itamar Assumpção e Naná Vasconcelos, o urbanista Jorge Wilheim, o rapper Sabotage, o intelectual Abdias Nascimento, a ativista Maria Helena Gregori, a escritora Cassandra Rios, o psicanalista Antonio Lancetti, a pesquisadora e ex-ministra Luiza Helena Bairros, o jornalista Vito Gianotti, o educador Anísio Teixeira, o metalúrgico Waldemar Rossi, o ex-jogador Sócrates e vários ex-presos políticos. Integram a lista vítimas dos massacres da praça da Sé, em 2004, e da chacina de Unaí (MG), no mesmo ano. Também foi incluída a data de 2 de outubro, referência ao massacre no presídio do Carandiru, em 1992. A lista completa está publicada no Diário Oficial.

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