Brasil

De 2005 a 2015, população envelhece e famílias têm menos filhos

Dados do IBGE mostram que presença de idosos a partir de 60 anos no total da população foi de 9,8% para 14,3%. Também revelam avanço lento na escolarização entre jovens

Marcelo Camargo/abr/fotos públicas

São Paulo – Em uma década, o Brasil viu crescer a participação de adultos e idosos, avançou lentamente na escolarização e registrou maior presença de casais sem filhos. Estes são alguns dos dados divulgados hoje (2) pelo IBGE, em sua Síntese de Indicadores Sociais (SIS). De 2005 a 2015, a participação de pessoas com até 14 anos no total da população (204,9 milhões) caiu de 26,5% para 21%, enquanto a de 15 a 29 anos recuou de 27,4% para 23,6%. Já a presença de adultos de 30 a 59 anos aumentou de 36,2% para 41% e a de idosos a partir de 60 anos foi de 9,8% para 14,3%.

No mesmo período, os casais com filhos passaram de 50,1% para 42,3% do total, enquanto a presença de casais sem filhos aumentou de 15,2% para 20%. A taxa de fecundidade passou de 2,09 filhos por mulher para 1,72 no ano passado, queda de 17,7%.

Segundo o IBGE, 56,3% das pessoas acima de 15 anos viviam em união, sendo 36,5% casadas no civil e/ou religioso e 19,8% em união consensual. Uma em cada quatro (25,4%) nunca haviam vivido em união e 18,3% não viviam mais.

De um total de 71,2 milhões de arranjos em domicílio particular, 85,1% eram famílias, 14,6% eram unipessoais e 0,3%, multipessoais sem parentesco. “Entre 2005 e 2015, observa-se uma tendência de aumento da proporção de arranjos unipessoais, de 10,4% para 14,6%, relacionada ao envelhecimento populacional, uma vez que a proporção de arranjos unipessoais formados por pessoas de 50 anos ou mais passou de 57,3% para 63,7%”, diz o IBGE.

Também cresceu a proporção de mulheres chefes de família – de 30,6% para 40,5%.

Na educação, o IBGE mostrou avanço lento na taxa de escolarização de jovens de 15 a 17 anos, com crescimento de apenas 3,4 pontos percentuais em uma década, de 81,6% para 85%. Na faixa de 6 a 14 anos, chegou a 98,6%.

De 2005 a 2015, caiu o chamado atraso escolar (proporção de estudantes com idade dois anos ou mais acima da esperada para a série que frequentavam), de 36,9% para 26,4% do total, na faixa de 15 a 17 anos. Na rede pública, essa proporção era 3,6 vezes maior do que na particular. E os 20% dos alunos com menor rendimento domiciliar per capita tinham taxa de distorção de 40,7%, cinco vezes maior do que aqueles com maior rendimento.