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Casos de incêndio no Brás expõem vulnerabilidade de imigrantes em São Paulo

Estrangeiros que vêm ao Brasil em busca de trabalho ficam ainda mais expostos à exploração com a demora para conseguir documentos

Rovena Rosa/Agência Brasil

Região do Brás concentra oficinas de costura que utilizam mão de obra imigrantes em precárias condições

São Paulo – Durante a semana, dois incêndios atingiram o bairro do Brás, em São Paulo.  No caso mais grave, ocorrido na última quarta-feira (23), quatro pessoas morreram. O prédio estava abandonado e foi ocupado irregularmente. As famílias bolivianas que habitavam o local sequer conseguiram salvar seus pertences. O segundo incêndio, em um shopping popular, não resultou em vítimas.

A região concentra uma infinidade de oficinas de costura, onde moram e trabalham muitos imigrantes, principalmente bolivianos. As oficinas de produção de roupas, em geral, são muito precárias e as pessoas vivem em péssimas condições análogas, à escravidão.

“O ingresso dos imigrantes nessa situação não se vincula somente à comunidade boliviana.  A vulnerabilidade dos imigrantes é intrínseca à própria condição, por não estar inserido naquela cultura”, aponta Raíssa Londero, pesquisadora do Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante (CDHIC), em entrevista nos estúdios do Seu Jornal, da TVT.

A demora e o alto custo para a liberação de documentos ao imigrante, como o Registro Nacional do Estrangeiro (RGN), – pré-condição para a emissão da carteira de trabalho – agravam as condições de vulnerabilidade do estrangeiro.

Além daqueles que decidem sair dos seus países por conta própria, movido principalmente por fatores econômicos, a pesquisadora do CDHIC chama a atenção para a atuação de aliciadores, que vêm nos estrangeiros a possibilidade de exploração de mão de obra barata.

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