Ato pedirá prisão de condenados por chacina de Unaí
Alguns tiveram sentença de 100 anos de prisão, mas recorrem em liberdade
Publicado 18/11/2016 - 17h48
São Paulo – O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), por sua representação em Minas Gerais, faz na próxima segunda-feira (21), a partir das 9h, um ato em Belo Horizonte para lembrar do primeiro “aniversário” do julgamento dos mandantes da chacina de Unaí. Todos os condenados, alguns a 100 anos de prisão, permaneceram em liberdade, por serem réus primários, e recorrem das sentenças. Um deles, o empresário Hugo Alves Pimenta, fez acordo de delação premiada e teve a pena reduzida de 96 anos para pouco mais de 47 anos.
O crime aconteceu em 28 de janeiro de 2004, na área rural de Unaí, região noroeste de Minas Gerais, no entorno do Distrito Federal. Quatro servidores do Ministério do Trabalho, três fiscais e um motorista, foram assassinados a tiros. Alguns dos acusados eram políticos e empresários da região, como o ex-prefeito Antério Mânica.
A manifestação, em conjunto com outras entidades sindicais, começa no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira, na Praça da Assembleia Legislativa. Haverá ato público às 10h e passeata até a sede da Justiça Federal, que fica ao lado, às 11h30.
Segundo o Sinait, além do protesto contra a impunidade, o ato pretende denunciar “o desmonte da estrutura da fiscalização e os ataques à legislação trabalhista”. A entidade critica a falta de concurso para preencher mais de mil vagas, além de condições precárias de trabalho e valor considerado irrisório de multas trabalhistas. Os sindicalistas também falarão sobre as várias propostas de flexibilização de direitos em discussão no Congresso.
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