São Paulo

Manifestantes pressionam Temer contra ataques ao Minha Casa, Minha Vida

Ativistas do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) protestam em frente ao prédio da Presidência da República em São Paulo pela manutenção de políticas públicas federais de habitação

reprodução/mídia ninja

Manifestação começou por volta das 15h, em frente ao Masp, na Avenida Paulista

São Paulo – Ativistas do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) realizam hoje (17) ato em frente ao escritório da Presidência da República, na Avenida Paulista, em São Paulo. Os manifestantes querem pressionar o governo de Michel Temer a dialogar com os movimentos sociais e a retomar o programa Minha Casa, Minha Vida. “Pelo fim dos retrocessos nas políticas habitacionais impostos pelos golpistas”, afirma o MTST pelas redes sociais. Segundo o MTST, 15 mil pessoas participam do ato.

A manifestação começou por volta das 15h, em frente ao Masp, na Avenida Paulista. Durante a concentração, o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, também dirigiu críticas ao prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB). “O que é dele está guardado”, avisou. “Ele disse que não vai permitir ocupação em São Paulo, mas nós nunca pedimos autorização para ninguém. Ele permitindo ou não vai ter ocupação na cidade”, afirmou.

“O primeiro recado já tem data. Esse almofadinha assume a prefeitura no dia 1º de janeiro. Vai ter um banquete cheio de gente do bairro do Jardins. Só o clube dele. Pois é, nesse dia vai ter gente que não foi convidada que vai aparecer e cercar a prefeitura. É esse povo que está aqui. Fica o recado, nosso primeiro encontro com Doria está marcado para esta data e queremos ver ele tomar posse com o povo todo lá. Queremos ver ele afirmando que movimento social é criminoso e que não vai ter ocupação em São Paulo”, disse Boulos.

Após a concentração, os sem-teto seguiram em passeata até o prédio da Presidência, que fica na mesma avenida, próximo à estação Consolação do metrô. Por volta das 17h20, após uma intensa chuva, os coordenadores do movimento iniciaram uma reunião para decidir os próximos passos do ato.

Movimentos de moradia criticam o governo Temer por uma série de medidas que põem em risco políticas habitacionais adotadas nos últimos anos. No dia 26 de setembro, o Ministério das Cidades publicou uma Instrução Normativa (IN 34) que impede a Caixa Econômica Federal utilize recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no programa sem que repasses da União sejam efetuados. “Na prática, a IN formaliza a descontinuidade do Minha Casa, Minha Vida, pois retira os subsídios necessários”, afirma em nota a União Nacional por Moradia Popular (UNMP).

Aliado à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que congela os gastos primários da União à inflação do ano anterior, as medidas do governo apontam para o fim definitivo do programa, segundo os movimentos por moradia. A PEC tramita em segundo turno na Câmara dos Deputados e pretende paralisar os gastos por 20 anos em áreas como saúde, educação e moradia.

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