à força

Violência policial contra manifestantes precisa ser apurada pelo Ministério Público de SP

Participante relata 'terror' na noite de ontem. Presidente da Associação Juízes para a Democracia (AJD) diz não ser aceitável cerceamento ao direito de manifestação

Midia Ninja

‘Como agora o atual governo federal não tem voto, temo que queira se legitimar pela força apenas’, diz AJD

São Paulo – Manifestantes que na noite de ontem (31) protestaram em São Paulo contra a posse de Michel Temer denunciam a escalada da violência praticada por policiais militares, que lançaram bombas de gás lacrimogênio, dispararam tiros de balas de borracha, bateram com cacetetes e fizeram várias detenções arbitrárias. “Foi uma situação de terror. A gente não está preparada para esse tipo de violência. A gente estava num grupo que se manifesta de forma pacífica”, afirmou Talitha Braga, uma das participantes da mobilização popular.

Para o presidente da Associação Juízes para a Democracia (AJD), André Bezerra, a situação preocupa, mas não é novidade. “Mostra o quanto a nossa polícia tem dificuldade em conviver com a democracia. Na atual conjuntura, isso me preocupa ainda mais, porque o governo, qualquer que seja, ou é legitimado pelo consenso ou pela força. Como agora o atual governo federal não tem voto – o consenso – temo que queira se legitimar pela força apenas”, afirmou em entrevista à Rádio Brasil Atual nesta manhã (1°).

O advogado lembra que é função constitucional do Ministério Público Estadual (MPE) fazer o controle externo da atividade policial, e que o órgão deve ser cobrado pelas violações de direitos humanos praticadas pela PM. “Nos últimos anos, o Judiciário tem sido muito cobrado, o que é muito bom. Mas temos nos esquecido do MPE. Está na hora de cobrarmos o exercício do seu dever legal”.

Segundo ele, é preciso continuar se manifestando para garantir o direito de se manifestar. “Temos que mostrar que esse é um direito democrático que não pode ser retirado. Já retirar um direito democrático que é o voto, não podemos permitir que outro direito seja retirado.”

Confira o relato da manifestante:

Ouça a entrevista com o presidente da AJD:

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