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No dia do golpe, Alckmin abre concurso para PMs que atuem na ‘preservação da ordem’

Concorrência procura preencher 5.400 vagas. Movimentos populares enfrentam repressão cada vez mais forte e marcam novas manifestações para hoje, amanhã e domingo na cidade de São Paulo

Mídia Ninja

Repressão violenta da PM marcou todos os atos contra o impeachment realizados em SP nos últimos três dias

São Paulo – Em dias em que a violência policial volta a marcar as manifestações populares na capital paulista, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) autorizou a abertura de concurso público para preencher 5.400 vagas na Polícia Militar paulista, com formação específica em “Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública”. De acordo com a edição de ontem (31) do Diário Oficial do Estado de São Paulo, o objetivo é que os novos policiais comecem a atuar já no próximo ano, sendo uma parte em maio.

Desde as manifestações de 2013, o governo Alckmin vem investindo fortemente em equipamentos para a repressão policial a manifestações. Veículos blindados de grande porte, dotados de canhões de água e escotilhas para lançamento de bombas de efeito moral, armaduras para os agentes, aumento do estoque de armamento menos letal, como gás pimenta, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Ao mesmo tempo, a Polícia Militar paulista realizou ações repressivas em várias manifestações, com uso indiscriminado de bombas de efeito moral e balas de borracha, que deixaram dezenas de feridos. Além disso, passou a ditar regras para manifestações populares sem qualquer amparo legal, como definição de trajeto do ato e identificação de um líder para responder por eventuais ilegalidades ou depredações.

Nos últimos três dias, protestos na capital contra o impeachment de Dilma Rousseff têm sido violentamente reprimidos, com muitos feridos e detidos. Também têm ocorrido agressões a jornalistas e destruição de câmeras fotográficas e celulares. Para hoje, uma nova manifestação está sendo convocada pelas redes sociais, às 18h, com concentração no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, região central da cidade.

RBA
Diário Oficial do Estado traz a autorização de Alckmin para aumentar contingente policial

Outro ato está sendo convocado por um coletivo de mulheres negras, para amanhã, às 18h, no Largo da Batata, em Pinheiros. “Temer se elegeu com 61 votos de um Senado bandido! Se elegeu cassando mais de 54 milhões de votos de quem sustenta este país. É hora de ir pra rua contra os ataques de Temer. Contra essa eleição indireta que vai massacrar ainda mais o nosso povo”, diz a convocatória do protesto.

No domingo, a Frente Povo Sem Medo, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem teto (MTST) e outros 30 movimentos sociais, pretende ocupar a Avenida Paulista, a partir das 14h.

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